Levantamento demonstra que o segmento cresceu 13,7% e Inteligência Artificial é um dos destaques entre os fabricantes para 2024
Conforme o Panorama do Setor de Segurança Eletrônica divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), o segmento encerrou 2023 com faturamento de mais de R$ 12 bilhões e crescimento médio de 13,75%. O estudo destaca ainda a consolidação da indústria, que superou o desempenho geral do mercado e cresceu 18,3% no mesmo período.
Para a presidente da Abese, Selma Migliori, os resultados apontam para a crescente demanda por soluções de segurança eletrônica no Brasil, sobretudo as baseadas em Inteligência Artificial e Automação. “Um dado surpreendente da pesquisa é que 54% de todos os produtos fabricados já possuem recursos de Inteligência Artificial embarcados. Isso significa uma mudança no cenário tecnológico dos projetos brasileiros, comparável à transição do analógico para o digital. As soluções com IA devem ditar os próximos passos do setor e fomentar um maior interesse por soluções de alto desempenho com capacidade para aprimorar a análise e as respostas em tempo real já nos próximos anos”, explica.
Segundo Selma, com a evolução tecnológica, a expectativa para 2024 é que o segmento cresça 18,5%, impulsionado pela absorção das soluções de segurança eletrônica em cada vez mais setores, como portarias eletrônicas para condomínios, câmeras corporais utilizadas em agentes policiais, a adoção generalizada de sistemas de reconhecimento facial para controle de acesso em empresas, centros educacionais e eventos, entre outros.
Brasil soma mais de 12 mil prédios com Portaria Remota
Os dados do panorama apontam para o crescimento do segmento de monitoramento e portaria eletrônica em 2024. A pesquisa mostra que, atualmente, 37% dos imóveis contam com algum tipo de sistema de monitoramento, o que demonstra a insegurança dos brasileiros e como a tecnologia está se tornando uma aliada para prevenir e solucionar ocorrências, desde assaltos às questões com a vizinhança.
Outro ponto relevante é que mais de 12 mil condomínios já adotaram soluções de portaria remota em todo Brasil. O principal motivo para a adoção desta modalidade é, em primeiro lugar, a segurança dos moradores, uma vez que a solução minimiza as vulnerabilidades dos condomínios, visto que 80% de todos os processos de validação de entrada e saída de visitantes, prestadores de serviço e habitantes são checados eletronicamente, dificultando a ação de grupos criminosos.
“As portarias remotas são uma tendência para os próximos anos porque sistematizam os protocolos de segurança para evitar uma falha comum e arriscada, a entrada de criminosos pela porta da frente, se passando por prestadores de serviço ou até mesmo parentes de moradores. O ganho em segurança é incalculável, mas, não bastasse, o sistema ainda pode gerar uma economia de até 70% nas contas dos condomínios, minimizando outro problema grave, a sustentabilidade financeira”, destaca Selma Migliori.
Mais de 4 milhões de empregos gerados
O levantamento mostra que o setor é composto por mais de 33,5 mil empresas que, juntas, são responsáveis pela promoção de mais de 1 milhão de empregos diretos e mais de 3 milhões de empregos indiretos. Para 2024, todos os segmentos afirmaram que pensam em contratar novos profissionais. As áreas mais requisitadas são: comercial, marketing, financeiro e áreas técnicas, sendo a última a que enfrenta mais dificuldade para encontrar mão de obra qualificada.
“Não é novidade que o setor tecnológico, no geral, enfrenta dificuldade para encontrar profissionais qualificados para lidar com as novas tecnologias, na segurança eletrônica não é diferente. Tanto que nós estamos ampliando nosso programa de qualificação profissional através da Academia Abese e de parcerias para atrair e preparar profissionais interessados. Com uma sociedade cada fez mais automatizada, é importante investir em quem fará a instalação e manutenção de todos esses sistemas”, aponta Selma Migliori.