O estudo aponta ainda que 95% das marcas pretendem aumentar ou manter seus investimentos em Creator Marketing, porém falta de transparência no mercado cria abismo e 50% encara desafios significativos ao trabalhar com criadores de conteúdo
A BrandLovrs, plataforma líder de Creator Marketing que usa tecnologia para unir criadores de conteúdo e marcas, lança o panorama Creator POV, estudo inédito com foco no impacto de nano e micro creators no mercado de influência brasileiro. O material revela insights sobre a eficácia desse nicho em campanhas e revela que esses criadores de conteúdo geram consistentemente resultados superiores nas principais métricas de alcance relativo, engajamento e conversão. Há, porém, um desafio importante gerado pelo excesso de agentes intermediários no processo de contratação desses produtores de conteúdo, que cria uma concentração do uso de talentos e encarece campanhas.
Segundo Rapha Avellar, fundador e CEO da Brandlovrs, há uma grande disparidade na ‘pirâmide’ da Creator Economy. A grande maioria das oportunidades de monetização dos influenciadores e criadores de conteúdo está concentrada em 1% – aqueles com mais de 100 mil seguidores. Enquanto, os outros 99% – que possuem poucas oportunidades de monetização – entregam consistentemente resultados muito superiores.
“Nosso levantamento aponta que há muita oportunidade para marcas e creators alavancarem seus resultados e a tecnologia tem um papel fundamental para tornar escalável a colaboração entre os anunciantes e esse perfil de produtores de conteúdo. Estamos causando uma disrupção no mercado ao trabalhar sem intermediários na cadeia de contratação dos creators, garantindo que o orçamento de marketing seja integralmente investido em mídia de impacto direto, eliminando custos desnecessários e aumentando a eficiência do investimento”, explica Avellar.
Existem atualmente 13 milhões criadores de conteúdo no Brasil, sendo 99% nanos (até 10 mil seguidores) e micros (até 100 mil). Com o mundo dos grandes influenciadores e celebridades limitado e saturado, o panorama aponta a relevância de diversificar campanhas com nichos até aqui pouco explorados. Um exemplo é a campanha de topo de funil que a BrandLovrs realizou com um grande varejista brasileira, que trabalhou com 50 nano e micro creators. Em paralelo, a marca também contratou duas celebridades – com 1,5 milhões de seguidores cada. Os 50 nano e micro criadores de conteúdo trouxeram uma diversidade enorme para a ação – cobrindo todas as regiões do país, diversas categorias, e diferentes perfis. Além disso, esses perfis entregaram um resultado superior em termos de engajamento, com mais de 3.000 comentários, frente a menos de 300 nos posts das celebridades.
Segundo o estudo, mais de 95% das marcas pretendem aumentar ou manter seus investimentos em Creator Marketing. No entanto, cerca de 50% delas enfrentam desafios significativos ao trabalhar com criadores de conteúdo. Os dados apontam que a maior dificuldade, enfrentada por 75% das empresas, é contratar os creators certos, que se alinhem genuinamente com os valores e a estética da marca. Em seguida, 38% das marcas apontam a qualidade do conteúdo como uma preocupação. A mensuração do retorno sobre o investimento (ROI) também é um ponto de atenção para 29% das empresas, sinalizando a necessidade de ferramentas e métricas mais precisas. Outros desafios incluem a gestão do relacionamento com os criadores e as burocracias jurídicas e financeiras, mencionadas por 15% e 13% das marcas, respectivamente.
O panorama destacou também o papel da tecnologia para escalar o relacionamento entre marcas e creators, 81% dos respondentes destacaram a eficácia da BrandLovrs na escala do relacionamento com creators e 75% na automação de processos, dois dos desafios citados pelas marcas anteriormente. Por outro lado, os creators afirmam que preferem se relacionar com marcas através do aplicativo da BrandLovrs por múltiplas razões, entre as principais estão encontrar oportunidades (67%), ganhar dinheiro (59%); receber produtos (33%) e negociar com marcas (32%).
“Temos trabalhado para construir essa comunidade proprietária, onde as marcas têm acesso direto e controle sobre os dados dos creators que realizam suas campanhas. A gestão integrada e análise consolidada de campanhas otimiza o tempo e aumenta a eficiência operacional, enquanto a automação de pagamentos e contratos desburocratiza a gestão financeira e jurídica das campanhas”, afirma Avellar.
Disparidade de pagamento
Os dados da BrandLovrs relevaram que mais de 80% dos criadores de conteúdo com menos de 10 mil seguidores reportaram que o dinheiro advindo da produção de conteúdo representa menos de 50% da sua renda total. Em muitos casos esses perfis recebem produtos (as famosas “permutas”) ou acesso a eventos. Em outros casos buscam monetizar suas redes trabalhando campanhas de conversão (por exemplo, com cupons). Esse formato “comum” de atuação não condiz com o desejo da classe: 65% dos nano creators preferem receber incentivos recorrentes, por campanha ou em contratos de longo prazo.
Para a categoria de micro creators a realidade não é muito diferente: 78% dos criadores de conteúdo com número de seguidores entre 10 mil e 100 mil reportaram que o dinheiro advindo da produção de conteúdo representa menos de 50% da sua renda total. E 37% afirmam que preferem a monetização por pagamento fixo de postagem ou campanha, enquanto para 24% o desejo é por parcerias de longo prazo com benefícios contínuos.
As marcas estão investindo e reconhecem o valor dos creators. Quando perguntadas sobre qual o valor pagam por um combo de 1 reels e 3 stories no Instagram para um nano creator, quase 60% das marcas citam valores entre R$250 e R$2.500. Isso contrasta com a maioria dos creators recebendo menos de R$250 por um combo parecido. Para micro creators, esses valores sobem: 50% das marcas pagam entre R$1.000 e R$5.000.
“Isso acontece porque existem múltiplos intermediários no processo tradicional, gerando uma disparidade no valor em que as marcas investem versus o que os creators recebem. Como consequência, ambos são prejudicados. De um lado, as marcas pagam muito mais por um determinado resultado. Do outro, os creators são pouco remunerados e encontram muita dificuldade para se desenvolverem em suas carreiras”, finaliza Avellar.