Profissionais plenos lideram dificuldade na contratação

Estudo global da Hays revela que empresas enfrentam quase oito vezes mais dificuldade para preencher cargos intermediários do que posições de alta liderança

Uma nova edição do Guia Salarial Hays 2025, divulgado pela consultoria global Hays, revela um desafio crescente no mercado de trabalho: cargos plenos são os mais difíceis de serem preenchidos pelas empresas. Segundo o levantamento, 54% das organizações relataram dificuldades na contratação de profissionais de nível intermediário — um número quase oito vezes maior do que o registrado para cargos de alta gestão, como diretorias, que representam apenas 7% das dificuldades.

A lacuna de talentos plenos supera, inclusive, as dificuldades para preencher vagas de nível júnior e gerencial, que aparecem empatadas com 22%. Com isso, o estudo aponta que a maior dor das empresas atualmente está justamente nos profissionais que sustentam a operação e dão continuidade à estratégia empresarial, exigindo uma abordagem mais ativa para qualificação e retenção desses talentos.

Além disso, 58% dos empregadores afirmaram estar enfrentando dificuldades para contratar de forma geral — um aumento expressivo em relação a 2024, quando 46% relataram esse problema. A pesquisa ainda mostra que essa escassez de profissionais está fortemente ligada à ausência de competências técnicas e comportamentais, com apenas 12% das empresas afirmando não sofrer com esse tipo de gargalo.

Entre os principais motivos para esse cenário estão os níveis salariais considerados inadequados (46%), a falta de programas de treinamento e desenvolvimento profissional (39%) e a concorrência entre empresas por talentos qualificados (29%). A dificuldade, portanto, vai além da simples busca por profissionais: trata-se de um desafio estrutural relacionado à valorização e à preparação do talento disponível no mercado.

Insatisfação salarial e benefícios ganham protagonismo em 2025

O levantamento da Hays também traz um retrato preocupante sobre a percepção dos profissionais em relação à remuneração. Quase metade (48%) considera que seus salários não estão alinhados às responsabilidades desempenhadas, enquanto 44% acreditam que os valores pagos não são justos. O descontentamento também está presente na liderança: 37% dos gestores compartilham da mesma visão sobre as faixas salariais da empresa.

Outro dado relevante é que 37% dos trabalhadores não receberam nenhum aumento em 2024 e 13% tiveram seus salários reduzidos. Entre os que esperavam um reajuste entre 6% e 10%, apenas 11% conseguiram de fato esse aumento.

Nesse contexto, a transparência nas práticas de remuneração se torna um fator estratégico, principalmente após a aprovação da nova Lei de Transparência Salarial e de Remuneração, que exige relatórios claros e objetivos para promover justiça interna nas empresas.

Além da remuneração direta, os benefícios corporativos passaram a ocupar um papel central nas decisões dos profissionais. O estudo mostra que 67% dos entrevistados consideram o pacote de benefícios tão importante quanto o salário. Seguro saúde, modelos de trabalho flexível e dias adicionais de férias estão entre os itens mais valorizados. As empresas têm acompanhado essa mudança: 68% delas reconhecem a importância de oferecer benefícios robustos para atrair e reter talentos qualificados.

Hays mira crescimento com foco em talentos STEM no Brasil e México

Em linha com os desafios apontados no Guia, a Hays anunciou, em abril deste ano, seu reposicionamento estratégico na América Latina. A consultoria passa a concentrar esforços na contratação de talentos STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), além de soluções flexíveis de força de trabalho, como RPO (Recruitment Process Outsourcing) e MSP (Managed Service Provider).

“O potencial de crescimento do Brasil apresenta oportunidades significativas, e estamos fortalecendo nosso compromisso em investir no país. O talento em STEM e as soluções de contratação flexível serão motores-chave do desenvolvimento do mercado. Prevemos um crescimento triplo no médio prazo para nossos negócios na América Latina em STEM, contratação e Soluções Corporativas, com o Brasil sendo nosso maior hub, dado seu extenso mercado de tecnologia e oportunidades”, afirma David Brown, CEO da Hays nas Américas.

A aposta reforça a atuação consultiva da empresa na região, buscando apoiar as empresas diante das transformações provocadas pela digitalização, pela escassez de profissionais qualificados e pelas novas exigências do mundo do trabalho.

Metodologia

O Guia Salarial Hays 2025 foi construído a partir de uma pesquisa realizada em setembro de 2024 com 16.334 profissionais da América Latina, incluindo Brasil, México, Colômbia e Chile. O levantamento abrange diferentes setores e portes de empresas — de organizações com 1 a mais de 10 mil colaboradores — e traz dados relevantes sobre salários, benefícios, dificuldades de contratação, expectativas profissionais e impactos da transformação digital no mercado de trabalho.

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