Nova Declaração Única de Importação exige maior organização de dados, integração de sistemas e uso de tecnologia para evitar gargalos e multas
A Declaração Única de Importação (DUIMP) já está transformando profundamente as operações de comércio exterior no Brasil. Substituindo gradualmente a antiga Declaração de Importação (DI), o novo modelo exige um nível inédito de organização, detalhamento e integração de dados por parte das empresas. Para garantir uma transição eficiente e evitar penalidades e atrasos, negócios que operam com importações precisam agir desde já.
Esta mudança é mais do que uma atualização técnica: trata-se de uma reestruturação completa dos processos. “A DUIMP não é apenas uma mudança técnica, é uma mudança estrutural e necessária, uma transformação cultural na forma como o Brasil trata as importações. Mais do que adaptar sistemas, ela exige um novo olhar sobre os processos. Quem se preparar agora terá uma transição mais suave, com ganhos de eficiência e segurança, premissas fundamentais aos negócios que atuam no dinâmico e acirrado setor de comex”, afirma Alexandre Pimenta, CEO da Asia Shipping, maior integradora logística da América Latina.
O que muda com a DUIMP e os passos para se adaptar
O novo modelo integra diferentes etapas do processo de importação em um único registro eletrônico, trazendo maior padronização, rastreabilidade e controle aduaneiro. Um dos principais desafios da DUIMP é a obrigatoriedade do Catálogo de Produtos, que exige uma descrição minuciosa e estruturada de cada item.
Segundo Pimenta, para atender às exigências da nova declaração e garantir conformidade, as empresas devem:
-Estruturar corretamente o Catálogo de Produtos, com cadastro individualizado por item e categorização adequada
-Revisar códigos e classificações fiscais (NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul) exigidos pela Receita Federal
-Automatizar processos por meio de tecnologias que integrem os sistemas internos ao Portal Único
-Investir na capacitação de equipes envolvidas no processo de importação
“O Catálogo de Produtos é o coração da DUIMP. Um erro na classificação fiscal ou na descrição de atributos pode paralisar a importação ou gerar multas significativas”, explica o executivo. “Por isso, orientamos nossos clientes a iniciarem o mapeamento dos produtos com base no histórico de importações, considerando as declarações dos últimos dois anos, e priorizarem os SKUs mais recorrentes. A organização da base de dados, a revisão da classificação fiscal e a auditoria cruzada são passos críticos para garantir o sucesso da migração”, completa.
Automação como diferencial estratégico
Com a complexidade crescente das exigências do novo sistema, a automação se torna essencial. Para apoiar os clientes neste processo de adaptação, a Asia Shipping tem investido em inovação tecnológica. A empresa adquiriu recentemente a plataforma em nuvem Dati, baseada em inteligência artificial e já disponível na versão 4.0.
A solução é composta por micromódulos que automatizam 87% das etapas na rotina de importação e permitem integração direta com o Portal Único. Além disso, a plataforma oferece insights a partir da análise de dados históricos, facilitando decisões estratégicas e a atualização do Catálogo de Produtos.
“A Dati atua como um cérebro digital das rotinas operacionais. Com ela, conseguimos analisar os dados históricos, priorizar os itens mais críticos e garantir a integração em tempo real com os sistemas do governo”, afirma Pimenta. “É uma ferramenta essencial para empresas que operam com alto volume ou lidam com múltiplas filiais e CNPJs distintos”, conclui.
A DUIMP faz parte do Programa Portal Único de Comércio Exterior do Governo Federal, que visa à modernização e simplificação dos processos de importação e exportação. A implementação completa da DUIMP está prevista para ocorrer até o final de 2025, em fases. Empresas que anteciparem a adequação aos novos padrões estarão mais preparadas para os desafios e oportunidades do cenário internacional.
