Avanço tecnológico intensifica temor global sobre obsolescência de habilidades, aponta relatório GLMC

Em 14 países, trabalhadores revelam preocupações com o futuro de suas carreiras diante das transformações do mercado. O Brasil se destaca pela alta percepção de risco e busca de requalificação

A transformação acelerada impulsionada pelo avanço tecnológico está redefinindo o mercado de trabalho em escala global. O relatório “Navegando o Amanhã: Dominando Habilidades em um Mercado de Trabalho Global Dinâmico”, apresentado pela Global Labor Market Conference (GLMC), revela que 53% dos trabalhadores em 14 países temem que suas habilidades se tornem obsoletas nos próximos anos.

Esse cenário de incerteza é acompanhado por desafios variados, como mudanças demográficas, mudanças climáticas e globalização econômica, que impactam diferentes regiões de formas específicas. 

Mercados emergentes lideram em disposição para requalificação

Países como Vietnã e Nigéria se destacam pela alta proatividade em buscar requalificação, com 81% e 70% dos trabalhadores, respectivamente, investindo em desenvolvimento de novas competências. Essa tendência é guiada pela necessidade de competir em um mercado global altamente dinâmico.  

Na Índia, a vasta população jovem está acelerando o foco em áreas como tecnologia da informação e empreendedorismo, enquanto na Indonésia, questões ligadas à digitalização do agronegócio e sustentabilidade são prioritárias.  

Desafios complexos em mercados desenvolvidos

Nos Estados Unidos e Reino Unido, embora a preocupação com obsolescência de habilidades seja menor (51% e 44%), o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas é uma ameaça subestimada. A resistência à requalificação em alguns setores culturais pode colocar trabalhadores em desvantagem frente a economias emergentes mais ágeis.  

Já na Alemanha e Japão, o envelhecimento da força de trabalho aumenta a pressão sobre a requalificação tecnológica, com 58% dos trabalhadores acima de 50 anos preocupados com sua capacidade de adaptação.

Destaque brasileiro: vulnerabilidade e esforço contínuo

Entre os 14 países analisados, o Brasil ocupa uma posição de destaque no temor pela obsolescência de habilidades: 61% dos trabalhadores relatam preocupação com a adequação de suas competências no futuro próximo.

Segundo o estudo, a principal motivação dos brasileiros para buscar desenvolvimento profissional é o desejo de aumentar a renda, diferentemente de países como Vietnã e Nigéria, onde a adaptação às transformações globais lidera as prioridades.  

Outro dado relevante é a percepção da responsabilidade por liderar iniciativas de capacitação:  

– 49% confiam mais nas empresas do que no governo, com uma tendência semelhante em mercados como México e Indonésia.  

– 38% dos trabalhadores brasileiros relatam falta de acesso a recursos financeiros como a maior barreira para se requalificar.  

Competências prioritárias

No Brasil, as habilidades cognitivas, como criatividade e resolução de problemas, estão no topo das demandas. Ao mesmo tempo, competências tecnológicas básicas, como alfabetização digital, são vistas como cruciais para inclusão no mercado de trabalho.  

Fatores globais moldam prioridades regionais 

O relatório também aponta que fenômenos globais, como mudanças climáticas e transformações demográficas, estão redefinindo o mercado de trabalho:  

– Mudanças climáticas: Países como China e Vietnã têm acelerado a capacitação em sustentabilidade, enquanto mercados agrícolas no Brasil e Nigéria começam a integrar essa prioridade em suas estratégias.  

Na China, onde a automação está em alta, 41% dos trabalhadores veem as mudanças climáticas como fator determinante para suas decisões de requalificação, mostrando uma intersecção única entre tecnologia e sustentabilidade.

– Demografia: Nações como Japão e Alemanha enfrentam desafios decorrentes do envelhecimento populacional, enquanto Nigéria e Índia exploram o potencial de suas populações jovens, investindo em inovação e empreendedorismo.  

Um futuro pautado pela adaptabilidade e colaboração

O estudo conclui que governos, empresas e trabalhadores precisam agir de forma conjunta para mitigar os impactos das transformações globais. Iniciativas de requalificação devem priorizar habilidades tecnológicas, criatividade e sustentabilidade, alinhadas a necessidades específicas de cada região.  

Para o Brasil, a combinação de alta preocupação com habilidades e o desejo de aumento de renda destaca a importância de programas de capacitação acessíveis e integrados à realidade local.  

Metodologia: O relatório entrevistou trabalhadores de 14 países, explorando quatro principais tendências que impactam o mercado de trabalho: globalização econômica, avanço tecnológico, mudanças climáticas e transformações demográficas.

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