Estudo revela que jornada reduzida de quatro dias ainda é pouco discutida entre as empresas e que benefícios corporativos se mantém como diferencial
O modelo de trabalho 100% presencial está ganhando novamente força no mercado brasileiro, conforme aponta a pesquisa “Modelos de Trabalho: Panorama comparativo entre as Certificadas GPTW e o mercado”, realizada pela Great Place to Work® (GPTW). O estudo, conduzido entre junho e julho de 2024, analisou o cenário de mais de 1.300 empresas, certificadas ou não pela consultoria, revelando que 48% delas optam pelo formato presencial completo, enquanto 42% adotam o modelo híbrido e apenas 10% operam de forma totalmente remota.
A pesquisa destaca que, após o fim da pandemia de Covid-19, muitas empresas passaram por transformações em seus modelos de trabalho. “O estudo destaca que o mercado demonstra seu dinamismo e alta capacidade de adaptação — com a maioria das empresas alterando seu modelo de trabalho após o fim da pandemia Covid-19”, destaca Daniela Diniz, Diretora de Conteúdo e Relações Internacionais da GPTW.
Além disso, a pesquisa aponta uma redução significativa na flexibilidade, especialmente em modelos híbridos e presenciais. “Cada vez mais as organizações definem a rotina dos seus funcionários, seja na quantidade de dias necessários no presencial — em casos de modelos híbridos — ou nos horários da jornada diária — no caso dos 100% presencial”, observa Daniela.
Flexibilidade e modelos híbridos
Das empresas que adotam o modelo híbrido, 71% exigem que seus colaboradores cumpram dias pré-definidos de trabalho presencial, sendo a configuração mais comum três dias no escritório e dois dias de home office. Entre as que utilizam o formato remoto, 77% permitem que seus colaboradores trabalhem de qualquer lugar do mundo, oferecendo uma maior flexibilidade geográfica.
Jornada de quatro dias: uma ideia pouco explorada
A pesquisa também explorou a discussão em torno da semana de quatro dias de trabalho, uma tendência global que vem sendo experimentada em alguns países. No entanto, no Brasil, o cenário ainda é tímido. O levantamento revela que 49% das empresas nunca consideraram a redução da jornada de trabalho, enquanto 34% a consideram impraticável. Apenas 1% das empresas estão atualmente experimentando esse formato.
Modelos de trabalho por área de atuação
Outro ponto interessante revelado pelo estudo da GPTW é que a grande maioria das empresas não diferencia o modelo de trabalho entre áreas de atuação. Apenas 23% das organizações ajustam seus formatos de trabalho conforme a função desempenhada pelos colaboradores.
Benefícios corporativos permanecem como diferencial
Além de mapear os modelos de trabalho, a pesquisa também investigou os benefícios oferecidos pelas empresas como forma de atrair e reter talentos. Entre os principais benefícios oferecidos estão vale-refeição, vale-transporte, seguro de vida e plano de saúde, sendo esses considerados diferenciais competitivos em vagas de emprego.
Com a predominância do modelo 100% presencial e a relativa estabilidade dos benefícios oferecidos, o mercado de trabalho brasileiro continua a passar por transformações pós-pandemia, com empresas e colaboradores ajustando-se às novas demandas e possibilidades.