Levantamento da Talent Academy também aponta que Baby Boomers apresentam bem-estar maior do que pessoas da geração Z
A saúde e o bem-estar são temas cada vez mais relevantes no ambiente profissional. Com a pandemia, a discussão sobre a qualidade de vida no trabalho ganhou ainda mais destaque, levando empresas e colaboradores a repensarem suas práticas e prioridades. Nesse contexto, a Talent Academy, HRTech que oferece soluções para RHs e gestores de pessoas, realizou um estudo inédito para entender como anda o bem-estar e saúde de profissionais de diferentes perfis.
Os dados de bem-estar e saúde foram coletados através de uma ferramenta da HRtech, de pesquisa de clima organizacional, que analisa diferentes dimensões, entre elas, justamente o bem-estar, que engloba saúde mental e emocional, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, saúde financeira e saúde física.
A pesquisa, com foco no perfil dos analisados, realizada com uma amostra de mais de 32 mil pessoas da base da HRtech, mostra o ranking das gerações que pontuaram mais em bem-estar:
- Baby Boomer (9.3)
- Geração X (9.05)
- Y (8.65)
- Z (8.47)
A amostra é composta por uma nota de 0 a 10.
“A média mais alta de bem-estar entre os Baby Boomers pode sugerir que essa geração, muitas vezes já aposentada ou em estágios avançados de carreira, pode estar desfrutando de uma fase de vida com menos estresse e mais estabilidade financeira e emocional. Entretanto, essas variações nas médias sugerem a necessidade de políticas e intervenções diferenciadas para cada geração, levando em conta seus desafios e necessidades específicas. As organizações e formuladores de políticas podem precisar considerar estratégias diversificadas para apoiar o bem-estar de diferentes grupos etários.” comenta Renata Betti, CMO da startup.
O estudo mostra ainda a relação de gênero no quesito bem-estar, e aponta que, entre as mulheres a média é de 8.2, enquanto que, entre homens, a média é de 8.9. “A nota referente ao bem-estar das mulheres pode refletir desafios adicionais enfrentados por elas, como equilibrar responsabilidades de trabalho e família, lidar com questões de igualdade de gênero e outras pressões sociais.” explica Betti.
Além disso, o estudo também realizou um levantamento incluindo o perfil comportamental das pessoas. Esse mapeamento é inspirado no conceito do Ikigai, que na solução da HRtech permite às pessoas identificarem o seu perfil e propósito, incluindo talento, motivação, impacto e potência. Neste caso, as dimensões Talento e Potência foram analisadas e cruzadas com o bem-estar. Esta fase do estudo foi feita com cerca de 8 mil pessoas.
Em média os autodisciplinados (8.4) são os que mais tem bem-estar, seguidos pelos multifocados (7.8). Autodisciplinados são colaboradores que atuam de maneira sistematizada, planejada e organizada, tendo facilidade para concluir projetos. Já os multifocados buscam ser mais flexíveis nas diversas áreas da vida, lidando de maneira positiva com adaptações e mudanças de rotas. Esse par de perfis diz respeito à forma que as pessoas se organizam.
“É possível que as organizações estejam mais preparadas para trabalhar com perfis autodisciplinados, o que pode influenciar positivamente o bem-estar dos colaboradores que se organizam desta maneira. Enquanto isso, perfis multifocados podem se sentir menos reconhecidos e valorizados em ambientes mais tradicionais, o que por conseguinte pode afetar negativamente seu bem-estar.”, reflete Betti.
“Dado isso, é interessante refletir: Muitas empresas afirmam valorizar a flexibilidade, mas elas estão preparadas para lidar com esse tipo de perfil na prática, afinal? Elas pedem por adaptação, mas também precisam saber aprender a se adaptar aos diferentes perfis. Assim, é importante que as organizações pensem de fato sobre como podem melhor atender a uma gama de perfis comportamentais, incluindo os multifocados, reconhecendo suas habilidades e contribuindo para seu bem-estar.”, pontua a CMO.
Quando falamos sobre emocional (8.32) e racional (8.35), as pessoas que fazem parte do primeiro perfil costumam tomar decisões levando em consideração seus valores e emoções, assim como as necessidades dos envolvidos e o contexto das situações como um todo. Já os mais racionais costumam tomar decisões de maneira mais lógica e impessoal, baseando-se em evidências a partir da observação das situações e dos impactos nos resultados desejados.
O extrovertido, que busca energia e motivação ao se conectar com o mundo exterior, maximizando sua energia por meio do contato com outros indivíduos, ambientes e experiências, atingiu nota 8.35. Em paralelo, o introspectivo (8.37) preza por energia e motivação quando se volta para o mundo interior, maximizando sua energia quando estão em contato com seus próprios pensamentos, ideias e sensações. Assim como os pares de perfis que se referem a tomada de decisão – emocional e racional -, os pares que dizem respeito à forma como as pessoas se energizam – extrovertido e introspectivo -, têm uma diferença de média pouco significativa (mais especificamente, de apenas 0.025 em ambas), indicando um certo equilíbrio em termos de bem-estar independentemente do perfil. “Acho isso interessante, pois contraria a ideia estereotipada de que perfis mais extrovertidos, por exemplo, teriam necessariamente um bem-estar muito mais alto. Além de que, acredito que o trabalho híbrido e remoto possa contribuir para um maior bem-estar dos mais introspectivos”, diz Renata.
As pessoas que têm perfil intuitivo, levam mais em consideração o que estão percebendo na hora de atuar com informações. A nota média entre eles é de 8.025. Já o sensorial, que prefere atuar com informações de forma mais objetiva e pragmática, tem nota 8.425.
Por fim, o perfil analítico, formado por pessoas mais racionais, críticas, realistas e lógicas, está em torno de 8.075. O experimental que se destaca pela capacidade visionária, intuitiva, empreendedora e criativa, com 8.1. O Interpessoal, com predominância das habilidades emocionais, sentimentais e afetivas, ficou com 8.325. O prático, que tende a ser excelente organizador, com 8.55.
Segundo a CMO da Talent Academy, o estudo reforça a importância do autoconhecimento e da busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. “Cada pessoa é única e tem suas próprias necessidades e limitações. Compreender sua personalidade, seus valores e suas prioridades é fundamental para construir uma carreira saudável e satisfatória. Além disso, é essencial que as empresas criem um ambiente de trabalho que valorize a saúde e o bem-estar de seus colaboradores, promovendo ações e políticas que incentivem o autocuidado e o equilíbrio”, conclui.
É fundamental pontuar também que os dados são baseados em autoavaliações (autodeclaração), que podem estar sujeitos a vieses pessoais e percepções subjetivas. Além disso, os dados observados não implicam necessariamente correlações ou relações causais, e são influenciadas por diversos fatores, inclusive ambientais, culturais e sociais.