Indústrias extrativas e de construção estão com perspectivas favoráveis para os próximos meses.
Pequenas indústrias brasileiras estão com perspectivas favoráveis para os próximos meses, segundo o Panorama da Pequena Indústria. A constatação está no Índice de Perspectivas do setor, que apresentou alta de 0,6 ponto na passagem de março para abril e 1,6 ponto na comparação de abril de 2023 com abril de 2024, atingindo a marca de 49,2 pontos. A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) também aborda o desempenho da atividade das indústrias de pequeno porte, situação financeira, expectativas, além de um ranking com os principais problemas enfrentados pelo setor no trimestre.
“O aumento dessas expectativas pode ser relacionado aos anúncios do governo sobre medidas de apoio ao setor, como Brasil Mais Produtivo e o Desenrola MPEs, mas essa edição do PPI ainda não capta os efeitos decorrentes do anúncio do novo programa Acredita, anunciado no fim de abril. Dos três setores – extrativo, de construção e de transformação – apenas a indústria de transformação apresentou índice de perspectivas abaixo da linha de 50 pontos, que divide expectativas altas das baixas, o que reflete o momento difícil que o setor está vivendo, sobretudo pelo forte impacto das taxas de juros elevadas”, contextualiza a economista da CNI, Paula Verlangeiro.
O Índice de Desempenho das indústrias de pequeno porte oscilou ao longo do primeiro trimestre de 2024. De dezembro para janeiro, houve alta de 0,4 ponto e na passagem de janeiro para fevereiro, caiu 0,4 ponto. Entretanto, março puxou o indicador para cima, com aumento de 0,7 ponto em relação a fevereiro. No fim do período, o índice ficou com 44,6 pontos.
Situação financeira e confiança recuaram no primeiro trimestre de 2024
O Índice de Situação Financeira das pequenas indústrias recuou 1,7 ponto, de 42,2 pontos para 40,5 pontos. Apesar da queda, que revela uma piora da situação financeira, independentemente do segmento industrial, o indicador permanece acima da média histórica de 38,4 pontos. Esse resultado trimestral é calculado com base na margem de lucro operacional, na situação financeira e no acesso ao crédito.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para as indústrias de pequeno porte foi de 49,7 pontos, queda de 1,6 ponto frente a março. Esse resultado mostra a transição do estado de confiança para falta de confiança na passagem de março para abril.
O principal fator que fez o ICEI das pequenas indústrias recuar é a avaliação negativa das condições correntes da empresa e da economia brasileira.
Ranking dos principais problemas das pequenas indústrias
No primeiro trimestre de 2024, os empresários indicaram que a elevada carga tributária se encontra em primeiro lugar no ranking de principais problemas enfrentados pelas indústrias de transformação e da construção com, respectivamente, 38,7% e 32,0% de citações.
Esse problema figura nas primeiras posições com frequência e confirma a percepção dos industriais acerca do sistema tributário brasileiro, que é considerado complexo.
O destaque é que a falta ou o alto custo de trabalhador qualificado ficou em segundo lugar para a indústria da construção, assinalado por 28,2% dos industriais, aumento de 1,2 ponto percentual frente ao trimestre anterior.
Para a indústria de transformação, o item ficou em terceiro lugar, assinalado por 25,6% dos pequenos empresários, também com alta de 1,2 ponto percentual.
Sobre o Panorama da Pequena Indústria
O Panorama da Pequena Indústria apresenta quatro indicadores: desempenho, situação financeira, perspectivas e índice de confiança. Todos os índices variam de 0 a 100 pontos. Quanto maior ele for, melhor é a performance do setor.
A composição dos índices leva em consideração itens como volume de produção, número de empregados, utilização da capacidade instalada, satisfação com o lucro operacional, situação financeira, facilidade de acesso ao crédito, expectativa de evolução da demanda e intenção de investimento e de contratações.
Além disso, a pesquisa também traz o ranking dos principais problemas enfrentados pelas pequenas indústrias em cada trimestre. Todos os meses, as pesquisas ouvem cerca de 900 empresários de empresas de pequeno porte.