Decisão ocorre após investigação interna que apontou violação do código de conduta da companhia
A Nestlé anunciou ontem o desligamento de seu CEO, Laurent Freixe, após a empresa identificar um relacionamento não divulgado entre o executivo e uma funcionária que estava diretamente subordinada a ele. A decisão foi tomada depois de uma investigação conduzida pelo presidente do conselho, Paul Bulcke, e pelo diretor independente, Pablo Isla, confirmando que o vínculo romântico violava o código de conduta corporativo.
Em comunicado oficial, Bulcke ressaltou a importância dos princípios da empresa: “Os valores e a governança da Nestlé são fortes alicerces de nossa empresa. Agradeço a Laurent por seus anos de serviço”, escreveu o presidente, justificando que a medida era necessária para preservar a integridade e a ética organizacional.
Freixe havia assumido o cargo de CEO em setembro do ano passado, substituindo Mark Schneider. Durante sua gestão, esteve à frente das estratégias globais da companhia, mas a falta de transparência em relação ao relacionamento acabou culminando em sua saída.
Novo CEO assume a liderança
O cargo de CEO será ocupado por Philipp Navratil, que iniciou sua trajetória na Nestlé em 2001 como auditor interno. Ao longo dos anos, ocupou diferentes funções comerciais na América Central e, em 2009, tornou-se country manager da Nestlé em Honduras. Em 2013, passou a liderar o negócio de café e bebidas no México, e, em 2020, assumiu a unidade de negócios estratégicos de café da Nestlé. Em julho de 2024, Navratil começou a liderar a Nespresso e ingressou no conselho executivo da empresa em 1º de janeiro deste ano.
A promoção de Navratil reforça a continuidade do modelo de governança da Nestlé, com foco em líderes internos que conhecem a cultura corporativa e possuem experiência operacional consolidada.
Com a transição, a Nestlé busca não apenas manter a estabilidade operacional, mas também demonstrar o compromisso da companhia com a ética corporativa e a conformidade com seu código de conduta. O episódio levanta questões sobre como as empresas lidam com relacionamentos entre executivos e subordinados diretos, reforçando a necessidade de políticas claras e transparência nos processos de governança.
