Fórum Econômico Brasil-França, realizado em Paris durante visita de Lula, reunirá empresários e autoridades para discutir cooperação em inovação, energia e infraestrutura
Em meio à visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à França, o Brasil mobilizou uma das maiores comitivas empresariais já levadas ao país europeu. São 140 empresas e entidades brasileiras participando nesta sexta-feira (6) do Fórum Econômico Brasil-França, em Paris, com o objetivo de ampliar investimentos bilaterais, reforçar a cooperação estratégica entre os dois países e impulsionar a presença brasileira no mercado europeu.
A agenda, centrada em temas como transição energética, inovação, infraestrutura e sustentabilidade, marca um esforço coordenado por instituições brasileiras para reposicionar a indústria nacional no cenário internacional. O evento é realizado pela ApexBrasil, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Ministério das Relações Exteriores (MRE), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Movimento das Empresas da França (MEDEF).
“A aproximação entre o Brasil e a França é estratégica para a nossa indústria. Estamos falando de um parceiro com forte atuação em inovação, sustentabilidade e investimentos de alto valor agregado. Estreitar esses laços significa abrir portas para a transferência de tecnologia, ampliação do acesso ao mercado europeu e atração de investimentos que impulsionam a competitividade do parque industrial brasileiro”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.
O fórum conta com representantes de setores-chave da indústria brasileira, incluindo empresas de tecnologia, alimentos, finanças, saneamento, energias renováveis, agroindústria, farmacêutico, mineração e máquinas e equipamentos. Entre os nomes presentes na comitiva estão BRF, Embraer, Vale, Braskem, Sanofi, BNDES, Schneider Electric e Stefanini.
Desequilíbrio comercial em foco
Apesar da relevância da França como nono maior fornecedor de bens ao Brasil, as exportações brasileiras representam apenas 0,6% do total importado pelos franceses. O comércio bilateral, além de ser historicamente deficitário para o Brasil, revela um desequilíbrio no perfil das trocas: enquanto o Brasil exporta predominantemente minérios e produtos agrícolas, a França envia ao país motores, máquinas, medicamentos e produtos de maior valor agregado.
Atualmente, mais de 900 empresas francesas operam no Brasil, gerando cerca de 700 mil empregos. Para o setor industrial brasileiro, esse movimento de aproximação é estratégico não apenas para equilibrar a balança comercial, mas também para **ampliar o intercâmbio de tecnologia, atrair investimentos e fortalecer o posicionamento do Brasil na Europa.
Sustentabilidade e inovação como pilares
A programação do Fórum Econômico Brasil-França inclui painéis temáticos sobre descarbonização, mobilidade, infraestrutura, investimentos verdes e o papel do setor privado na COP 30. O evento também conta com sessões ministeriais que reúnem autoridades dos dois governos para avançar na agenda de cooperação.
A pauta ambiental tem ganhado espaço crescente nas relações entre os países. Em 2023, Brasil e França lançaram o “Chamado à Ambição Climática de Paris a Belém, e além”, compromisso bilateral com a Agenda 2030 da ONU e o Acordo de Paris, reforçando o alinhamento estratégico em torno da sustentabilidade.