Museu e biblioteca de Nova York ganham novas galerias, restauração de espaços históricos e ampliação das áreas de exposição e educação
Após anos de reforma e modernização, a Frick Collection, um dos mais importantes museus e bibliotecas de Nova York, reabrirá suas portas ao público no dia 17 de abril. A revitalização do histórico casarão da 5th Avenue preserva o legado da instituição, ao mesmo tempo em que melhora sua infraestrutura e acessibilidade para os visitantes.
A atualização é a mais significativa desde a inauguração da Frick, em 1935. As galerias originais do primeiro andar foram restauradas, e pela primeira vez o público poderá acessar um conjunto de salas no segundo andar da antiga residência da família Frick. O projeto também inclui a ampliação das áreas expositivas e de programação, a criação das primeiras salas dedicadas a atividades educativas e a construção de um novo auditório com 220 lugares.
A restauração também contemplou o 70th Street Garden, agora visível de novos pontos do edifício, e a Frick Art Research Library, que reabrirá simultaneamente ao museu, com entradas integradas para facilitar o acesso entre os dois espaços. Melhorias na acessibilidade e novas comodidades foram implementadas para garantir a preservação da instituição nas próximas décadas.
Novidades da reabertura
Com a revitalização, a coleção permanente do museu será exibida em galerias restauradas e no novo segundo andar, que reunirá pinturas, esculturas e objetos decorativos raramente exibidos. A programação inaugural contará com instalações especiais e eventos culturais.
Um dos destaques é uma exposição das flores de porcelana do escultor ucraniano Vladimir Kanevsky, criadas para homenagear os arranjos florais que marcaram a abertura da Frick em 1935. Em abril, o novo auditório Stephen A. Schwarzman será palco de um festival de música, unindo obras clássicas e contemporâneas.
A restauração do segundo andar traz um novo olhar sobre os espaços históricos da Frick Collection. Antes utilizados para reuniões internas e escritórios administrativos, os cômodos agora expõem obras raras e recentemente adquiridas. Com murais no teto, lareiras de mármore e detalhes entalhados em madeira, os ambientes destacam o gosto pessoal da família Frick.
Entre os novos espaços, o antigo quarto de Henry Clay Frick abrigará uma seleção de retratos, gênero favorito do fundador. Já o quarto de Helen Clay Frick será decorado com painéis renascentistas dourados, em referência à sua contribuição para a formação da coleção. A famosa Boucher Room, antes no primeiro andar, foi reinstalada em seu local original.
A Frick também passa a exibir permanentemente coleções de grande relevância, como porcelanas vienenses Du Paquier, medalhas de retratos da coleção Stephen K. e Janie Woo Scher, e a primeira exposição permanente de sua seleção de relógios.
Exposições inaugurais
A reabertura trará uma série de exposições especiais. Na nova Cabinet Gallery, serão exibidos 12 desenhos raros de artistas como Degas, Goya, Ingres, Rubens e Whistler. Por serem extremamente sensíveis à luz, essas obras são mostradas ao público apenas em ocasiões especiais. A mostra ficará em cartaz até o verão de 2025, no hemisfério norte.
Outro grande destaque é a exposição “Cartas de Amor de Vermeer”, que inaugura as novas galerias do primeiro andar. De 18 de junho a 7 de setembro de 2025, serão exibidas três pinturas do mestre holandês Johannes Vermeer: *Senhora e Criada*, do acervo da Frick Collection, ao lado de *Carta de Amor*, do Rijksmuseum, e *Mulher Escrevendo uma Carta com sua Criada*, da National Gallery da Irlanda. A exibição permite uma análise aprofundada do tema das cartas na obra de Vermeer e sua representação das mulheres da época. A curadoria é de Robert Fucci, especialista em arte holandesa da Universidade de Amsterdã.
A Frick Collection segue como um dos grandes patrimônios culturais de Nova York, proporcionando ao público experiências imersivas e um novo olhar sobre seu vasto acervo de arte e história.
