Método pioneiro desenvolvido em parceria com a Bioverse e comunidades locais acelera o mapeamento florestal e fortalece a bioeconomia na região
A Natura, em parceria com a startup brasileira Bioverse e comunidades da Amazônia, realizou o maior inventário florestal já conduzido por drones com inteligência artificial no Brasil. O estudo mapeou 60 mil hectares de floresta no Pará em apenas seis meses, um processo que, pelos métodos tradicionais, levaria mais de 20 anos. A iniciativa busca impulsionar as cadeias produtivas da bioeconomia e fortalecer ações de conservação e recuperação ambiental.
A pesquisa, conduzida nos municípios de Abaetetuba e Irituia, envolveu aproximadamente 70 famílias da região, algumas das quais foram treinadas para operar equipamentos de sensoriamento remoto e softwares avançados. O projeto não apenas amplia o conhecimento sobre a biodiversidade local, mas também capacita as comunidades amazônicas a utilizarem a tecnologia para a gestão sustentável dos recursos naturais.
Tecnologia a favor da conservação e da economia local
A tecnologia utilizada pela Bioverse combina drones da fabricante nacional Xmobots com inteligência artificial treinada para identificar espécies amazônicas de interesse ecológico e econômico. O sistema analisa imagens de alta resolução captadas nos sobrevoos, permitindo um levantamento com até dez vezes mais precisão que imagens de satélite convencionais e a um custo reduzido.
“A Natura tem como meta ser uma empresa regenerativa até 2050, com impactos positivos para as pessoas, a natureza e a sociedade. Projetos como esse promovem um impacto ambiental, mas também social, a partir do momento em que são capacitadas as comunidades locais com inovação e tecnologia para que possam fazer uso sustentável dos recursos da Amazônia e prosperarem em seus negócios”, declara Rômulo Zamberlan, Diretor de Pesquisa Avançada da Natura.
O impacto do projeto vai além do meio ambiente e a iniciativa chega em um momento estratégico para a região, que sediará a COP 30 em novembro deste ano, em Belém. “Com todos os olhos voltados para a Amazônia, será muito importante mostrar que, com tecnologia, inovação e valorização do conhecimento tradicional, podemos aliar prosperidade econômica e conservação”, reforça Zamberlan.
Fortalecimento da bioeconomia e cadeias produtivas amazônicas
O projeto impacta diretamente o desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis, como as de tucumã e açaí, ingredientes fundamentais para produtos da linha Natura Ekos. Com um mapeamento detalhado, é possível aprimorar o manejo dessas espécies, assegurando um equilíbrio entre conservação ambiental e ganhos socioeconômicos para as cooperativas locais.
Desde o lançamento da linha Natura Ekos, em 2000, a empresa já desenvolveu 44 bioingredientes amazônicos e pretende expandir esse número para 49 nos próximos dois anos. Atualmente, a companhia mantém parceria com 44 comunidades extrativistas, beneficiando mais de 10 mil famílias e contribuindo para a conservação de 2,2 milhões de hectares de floresta. A meta é ampliar essa área para 3 milhões de hectares até 2030, reforçando o compromisso da Natura com a regeneração e sustentabilidade.
Inovação acessível para comunidades locais
Além de aprimorar o monitoramento ambiental, a Bioverse desenvolveu ferramentas digitais acessíveis por dispositivos móveis, permitindo que extrativistas e cooperativas locais tenham acesso facilitado aos dados coletados. Com isso, as comunidades podem planejar melhor sua produção agroflorestal e otimizar o gerenciamento de suas áreas produtivas.
Para Francisco D’Elia, Diretor Executivo da Bioverse, o avanço tecnológico tem potencial para transformar a dinâmica produtiva da Amazônia. “Temos um compromisso claro: revolucionar a matriz produtiva agroflorestal da região. A parceria com a Natura está provando que é possível estruturar a bioeconomia em larga escala na floresta, conciliando conservação e desenvolvimento sustentável”, conclui.
