Audiência nos EUA decidirá futuro do acordo para encerrar milhares de ações judiciais contra a empresa
A Johnson & Johnson enfrenta nesta terça-feira (18) um desafio crucial sobre sua proposta de US$ 10 bilhões para encerrar processos que alegam que o talco para bebês da empresa causou câncer de ovário e outros problemas de saúde. O juiz de falências Christopher Lopez, de Houston, analisará o caso em uma audiência que se estenderá por semanas.
A J&J busca utilizar a recuperação judicial de uma subsidiária para resolver mais de 62 mil ações judiciais que afirmam que os produtos de talco da empresa estavam contaminados com amianto, alegação que a companhia nega. As duas tentativas anteriores da empresa foram rejeitadas por tribunais norte-americanos, mas a J&J acredita que a nova estratégia será bem-sucedida devido ao amplo apoio que obteve.
Erik Haas, Vice-Presidente Jurídico da J&J, destacou que a proposta tem “apoio esmagador” das vítimas e oferece uma compensação melhor do que a obtida em um julgamento. No entanto, opositores argumentam que o processo força vítimas a aceitarem pagamentos menores e questionam a legitimidade do apoio apresentado.
A audiência incluirá testemunhos de advogados favoráveis e contrários ao acordo, e Lopez avaliará a validade do suporte reunido pela J&J e a viabilidade de uma empresa financeiramente robusta usar a recuperação judicial de uma subsidiária para se proteger de litígios.
A J&J defende que sua abordagem proporciona uma solução rápida e justa, enquanto críticos alertam que o acordo pode impedir vítimas de buscarem reparações maiores no tribunal. O desfecho da audiência determinará o futuro das ações judiciais e o impacto financeiro para a gigante farmacêutica.