Especialista em comércio exterior destaca que a nova medida simplifica processos e fortalece relações comerciais entre Brasil e China
O sistema de registro de importações no Brasil está passando por uma transformação significativa, com a implementação do Portal Único de Comércio Exterior. A medida, que substituirá o Siscomex, promete trazer uma economia anual de R$ 40 bilhões para as empresas e agregar até US$ 130 bilhões à economia brasileira até 2040, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O Portal Único tem como principal vantagem a redução da burocracia, agilizando processos que antes eram sequenciais e exigiam uma grande quantidade de documentos. Agora, as empresas preencherão a Declaração Única de Importação (Duimp), o que tornará a emissão de licenças mais flexível e aumentará a eficiência das operações. “A migração para o novo sistema pode intensificar o intercâmbio comercial entre Brasil e China”, afirma Rodrigo Giraldelli, CEO da China Gate, empresa especializada em consultoria de importação da China.
As mudanças, que começaram com um projeto piloto em 2018, já mostraram resultados promissores. Desde então, o tempo médio para liberação de mercadorias caiu de 17 para nove dias. A previsão do MDIC é de que, com a migração total para o novo sistema, o tempo seja reduzido para cinco dias, representando um ganho significativo de competitividade para as cerca de 50 mil importadoras ativas no país.
Giraldelli reforça que, com o Brasil mantendo sua posição de principal fornecedor da América Latina para a China, é crucial que as empresas brasileiras saibam aproveitar essas oportunidades. “A tendência é de um crescimento contínuo e diversificado nas relações comerciais entre Brasil e China, consolidando parcerias estratégicas e fortalecendo a economia regional”, destaca.
Ele também alerta as empresas brasileiras que atuam no comércio exterior a adotar estratégias flexíveis para lidar com as variações do mercado. “É fundamental para as empresas brasileiras que atuam no comércio exterior estarem preparadas para se adaptarem rapidamente às mudanças nas condições do mercado”, conclui.
