Levantamento revela que a prática está amplamente presente em todos os níveis hierárquicos, abrangendo 93% da alta liderança, 97% da média gestão e 90% dos demais profissionais
A consultoria global de gestão organizacional Korn Ferry divulgou um estudo sobre Tendências de RH para 2024 e 2025, trazendo uma análise aprofundada sobre a gestão de desempenho nas empresas. A pesquisa revela um alto nível de formalização desse processo, com 87% das organizações adotando um programa estruturado para avaliar e desenvolver seus colaboradores.
A prática é amplamente adotada em diferentes níveis hierárquicos, com 93% da alta liderança, 97% da média gestão e 90% dos demais profissionais participando ativamente do processo. No entanto, apenas 39% das empresas adotam um modelo ágil, enquanto 61% ainda seguem abordagens mais tradicionais.
Entre as principais etapas do processo, 94% das empresas utilizam acordos de metas e avaliações, 79% realizam a apuração de resultados, 75% promovem calibrações e 73% aplicam feedback entre gestores e subordinados. Apesar da relevância do feedback para o desenvolvimento profissional e fortalecimento da comunicação interna, a prática ainda é subutilizada.
“Com apenas 73% das empresas incluindo essa prática, fica claro que muitas organizações ainda subestimam a importância desse diálogo, que pode ser crucial para o engajamento e a melhoria contínua. Promover uma cultura de retorno mais robusta poderia não apenas aprimorar o desenvolvimento, mas também contribuir para a coesão e o sucesso organizacional”, afirma Breno Rossi, Diretor de Projetos da Korn Ferry.
ESG e diversidade ainda são pouco explorados
A pesquisa também abordou a presença de indicadores ESG (ambientais, sociais e de governança) nos acordos de metas das empresas. Os resultados mostram que esses indicadores estão mais presentes nas metas da alta liderança (42%), seguidos pela média gestão (32%) e pelos demais profissionais (26%).
Em relação à diversidade, equidade e inclusão (DE&I), menos de um terço das empresas analisadas consideram esses indicadores nas metas organizacionais. Para aquelas que os incluem, o foco está na contratação de pessoas com deficiência e na promoção da equidade racial e de gênero, especialmente dentro dos cargos de liderança.
Centralização das avaliações e desafios na calibração
O estudo aponta que 81% das empresas centralizam a definição dos avaliadores no RH, enquanto gestores (34%) e colaboradores (22%) também participam do processo. A avaliação de desempenho é conduzida principalmente pelos líderes (99%) e pelos funcionários (92%), com menor participação dos subordinados (56%).
Apesar de 73% das empresas aplicarem calibração nas avaliações de desempenho, a participação da alta liderança (41%) e da média gestão (38%) ainda é baixa. “Essa disparidade indica uma necessidade urgente de ajustar o processo para garantir que todos os níveis organizacionais sejam avaliados de forma justa e equitativa”, alerta Breno Rossi.
Importância do feedback e planos de desenvolvimento
O levantamento destaca que 81% dos gestores informam aos colaboradores suas notas de desempenho e um percentual igual elabora planos de desenvolvimento individual (PDI) após as avaliações. Além disso, 72% das empresas monitoram a execução desses planos até o próximo ciclo de avaliação, demonstrando um compromisso com o crescimento profissional de seus times.
A transparência no processo ainda é um desafio. Cerca de 19% das empresas não divulgam os resultados das avaliações nem implementam PDIs, o que pode impactar negativamente a motivação dos colaboradores.
“A crescente importância de temas como ESG e Diversidade & Inclusão exige que as organizações integrem essas pautas às suas práticas de gestão de pessoas, promovendo uma cultura mais equitativa e inclusiva. A centralização do processo de avaliação no RH limita a percepção de justiça e impede que a organização aproveite a riqueza de informações que podem ser obtidas através da avaliação por pares. A adoção de métodos mais flexíveis pode contribuir para um processo mais justo, transparente e alinhado com os objetivos estratégicos”, finaliza Rossi.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa da Korn Ferry foi conduzida com empresas de diversos setores, abrangendo diferentes portes e regiões. Os dados foram coletados por meio de questionários e entrevistas com profissionais de recursos humanos e lideranças organizacionais, garantindo uma visão abrangente sobre as tendências e desafios da gestão de desempenho no mercado corporativo.