Levantamento nacional revela salto de maturidade dos programas corporativos, crescimento do engajamento e foco em resultados mensuráveis
O voluntariado empresarial vive um ciclo de expansão e amadurecimento no Brasil, segundo o Censo Brasileiro de Voluntariado Empresarial 2025, realizado pelo Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE), com coordenação da Secretaria Executiva do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS). Em sua sexta edição, o levantamento consolida-se como o principal diagnóstico nacional sobre programas corporativos de voluntariado e indica um avanço significativo no engajamento das empresas e no impacto social gerado.
Os dados mais recentes mostram que o número de ações de voluntariado alcançou 32.700 em 2024, enquanto a média de pessoas impactadas chegou a 45.660 no último ano — um crescimento 13 vezes maior em relação à média registrada em 2022, quando a participação no Censo era restrita às empresas associadas ao CBVE. Nesta edição, o estudo passou a ser aberto à participação de qualquer empresa de grande porte com atuação nacional em voluntariado, ampliando o alcance e a robustez da análise.
A pesquisa foi realizada com coleta de informações entre 16 de junho e 20 de julho de 2025, consolidando dados que reforçam o papel estratégico do voluntariado corporativo no enfrentamento de desigualdades e no fortalecimento de causas socioambientais.
“Os dados desta edição mostram que o voluntariado empresarial no Brasil deu um salto de maturidade. Este é o resultado de empresas que compreenderam seu papel social e de colaboradores cada vez mais engajados em transformar realidades. Este Censo confirma que estamos diante de um movimento consistente, estruturado e com impacto real no território”, afirma Gislaine Catanzaro, coordenadora da Secretaria Executiva do CBVE.
Engajamento crescente e foco em impacto mensurável
Entre os indicadores de destaque está o crescimento do número de voluntários, que atingiu 99 mil pessoas envolvidas, além do índice de engajamento dos colaboradores, que chegou a 26,11%. As ações concentraram-se principalmente nas regiões Sudeste (34%) e Nordeste (24%), com forte presença de atividades emergenciais (92%), iniciativas educacionais (80%) e ações de assistência social (78%). A ODS 4 — Educação de Qualidade segue como o objetivo de desenvolvimento sustentável mais trabalhado pelas empresas.
O mapeamento do público beneficiado revela foco em grupos estratégicos para a redução de desigualdades: jovens (90%), mulheres (70%) e moradores de periferias (65%) aparecem como os principais destinatários das iniciativas. Do ponto de vista da gestão, os programas demonstram profissionalização crescente: 95,12% das empresas utilizam indicadores quantitativos para monitorar suas ações, e 60,98% adotam métricas qualitativas para avaliar satisfação e qualidade do impacto social.
O investimento mediano destinado ao voluntariado corporativo também avançou, com crescimento médio de 22%, passando de R$ 275 mil para R$ 336 mil por empresa, o que indica maior eficiência na alocação de recursos e orientação a resultados estratégicos.
Voluntariado como estratégia de transformação
A edição 2025 do Censo aponta ainda tendências relevantes: o principal benefício organizacional percebido é o reforço de valores, propósito e identidade corporativa, enquanto o impacto social mais citado é o desenvolvimento das comunidades locais. As empresas associadas ao CBVE apresentaram resultados expressivos, com 6,8 milhões de pessoas beneficiadas, número quase nove vezes superior ao registrado na edição anterior.
O relatório completo do Censo Brasileiro de Voluntariado Empresarial 2025 está disponível no site do CBVE e reúne uma leitura aprofundada sobre a evolução do voluntariado corporativo no país, suas práticas, desafios e oportunidades de impacto positivo de longo prazo.
“O Censo existe para orientar empresas e fortalecer sua relação com as agendas globais. Ao consolidarmos esses dados, mostramos que o voluntariado empresarial não é apenas uma boa prática: ele é uma força estratégica para o desenvolvimento social do país. Quando as empresas entendem o impacto que podem gerar, elas deixam de atuar de forma isolada e passam a contribuir para mudanças estruturais, alinhadas ao que o Brasil e o mundo precisam”, conclui Gislaine.

