A sigla ESG, do inglês Environment, Social and Governance, e que na tradução para o português significa Ambiental, Social e Governança, tem ganhado destaque não só no ambiente corporativo, com em todas nas esferas governamental e civil, ao redor do mundial.
Apesar do termo já estar bastante disseminado, você sabe exatamente o que ela significa e quais são os seus critérios?
O termo ESG foi cunhado em 2004, na publicação Who Cares Win, uma parceria do Banco Mundial com o Pacto Global, e surgiu de uma provocação do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, aos CEOs de 50 grandes instituições financeiras, sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais.
Os critérios estabelecidos para o ESG vão de encontro aos 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pelo Pacto Global, em uma união da ONU a entidades internacionais, e que visa estabelecer solução para os desafios e vulnerabilidades sociais e ambientais.
E por que estar em alinhamento com os critérios de ESG é tão importante para a sua empresa?
Neste contexto, vamos desmembrar cada uma das letras que compõem a sigla, e como o inicial desafio pode se transformar em solução.
1. Sustentabilidade Ambiental: Protegendo o Futuro do Planeta
O componente “Ambiental” (Environment) trata diretamente das práticas e políticas relacionadas ao meio ambiente. Em um mundo onde as mudanças climáticas são uma realidade inegável, as empresas vêm sendo incentivadas a adotarem práticas sustentáveis. Adotar fontes de energia renovável, minimizar resíduos, e reduzir a pegada de carbono, são apenas alguns dos aspectos-chave para proteger o meio ambiente. Por outro lado, muitas destas ações, ao serem adotadas de forma correta, resultam em maior eficiência operacional.
2. Responsabilidade Social: Valorizando Pessoas e Comunidades
O “Social” no ESG refere-se às práticas que impactam a vida e a dignidade das população. A miséria, a fome, a falta de acesso aos estudos e a hospitais, são somente algumas delas. No ambiente empresarial, a questão social é direcionada a políticas de inclusão social e diversidade, visando garantir empregabilidade e renda para grupos minoritários, como negros e indígenas, pessoas com deficiência, comunidade LGBTQIA+, profissionais 50+, mais mulheres em cargos de liderança e equidade salarial, entre outras.
Inúmeras pesquisas publicadas ao longo dos últimos anos, constatam que empresas com políticas consolidadas de inclusão e diversidade têm demonstrado maior lucratividade, e não mais encaram a diversidade como um ato de responsabilidade social, mas já como uma ação positiva de enriquecimento da cultura da empresa, que impulsiona a inovação e a produtividade.
Outro viés social que já é realidade em muitas empresas e, além de fazer o bem, contribui para a boa reputação da empresa, são as chamadas ações de responsabilidade social empresarial (RSE), que se comprometem a cuidar das comunidades do entorno onde estão instaladas fábricas. Estas políticas, quando bem planejadas e executadas, são capazes de beneficiar a população local e estabelecer elos com clientes e consumidores conscientes.
3. Governança Corporativa: A Base da Sustentabilidade Empresarial
O terceiro pilar do ESG, “Governança”, está no centro da eficácia operacional e da confiança dos investidores. Empresas com sólidos princípios de governança corporativa são mais propensas a promover a transparência, tomar decisões éticas e proteger os interesses de todas as partes envolvidas. Apostar em uma governança séria e eficiente é fundamental para a prevenir escândalos institucionais e garantir a estabilidade e longevidade da companhia.
Atração de Investidores, Acesso a Capital e Relação com o Consumidor
Em 2020 a Goldman Sachs, que à época era um dos maiores fundos de investimentos do mundo, informou que recusaria abertura de IPO (initial public offering ou, traduzido, oferta pública inicial), para empresas sem mulheres no conselho. Em 2021, a BlackRock, o aior fundo de investimentos atualmente, anunciou que retiraria investimentos de diversas empresas que ainda não estivessem vinculadas aos critérios ESG. Na ocasião, Lary Fink, CEO da BlackRock afirmou: “o dever de um fiduciário é preservar, ser o gestor de ativos e gerar resultados para seus investidores”. Este foi um um marco, um verdadeiro alerta para o mercado.
De lá para cá, a visibilidade, importância e ações em alinhamento com as práticas ESG crescem a passos largos nos ambientes das maiores companhias globais, e servem como exemplo. Mas independente do tamanho da empresa, estar alinhada aos preceitos ESG vem se tornando fator fundamental para se manter no mercado, quer seja pela maior possibilidade de acesso a capital ou atração de investidores, quer seja atendendo aos anseios de um público consumidor cada vez mais consciente e exigente com relação às práticas adotadas pelas marcas que consomem.
Construindo uma Marca Sustentável para o Futuro
Empresas com sólido desempenho ESG, não apenas vão de encontro às expectativas dos consumidores mais atentos e engajados, como constroem uma marca resiliente e sustentável. A reputação positiva que acompanha o compromisso com os valores ESG, muitas vezes acaba por influenciar – ou boicotar – o poder de venda em um mercado amplamente competitivo.
Em resumo, ESG não é apenas uma tendência momentânea, mas uma abordagem fundamental para o sucesso a longo prazo de qualquer empresa. Além de responder às crescentes demandas dos consumidores e investidores, a adoção de práticas ESG é uma estratégia inteligente para enfrentar os desafios do mundo empresarial moderno, contribuindo para um planeta saudável, sociedades equitativas e empresas mais robustas. Mas então, por que o ESG é importante para a sua empresa? Porque o compromisso com esses princípios é a chave para um futuro consciente, sustentável e próspero, para o planeta, para as sociedades e para as corporações.