Apesar da retração, desempenho ficou alinhado às expectativas do mercado e foi sustentado por crescimento orgânico de 2,9%
A Nestlé encerrou o primeiro semestre de 2025 com lucro líquido de 5,065 bilhões de francos suíços (cerca de US$ 6,37 bilhões), o que representa uma retração de 10,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Apesar da queda, o resultado ficou dentro das projeções dos analistas.
As vendas somaram 44,29 bilhões de francos suíços (US$ 55,70 bilhões), uma queda de 1,8% na comparação anual. De acordo com a companhia, o desempenho foi impactado pela valorização expressiva da moeda suíça, que gerou um efeito negativo de 4,7% sobre os números.
O crescimento orgânico, principal indicador de desempenho operacional da empresa, ficou em 2,9% no semestre – sendo 2,8% no primeiro trimestre e 3,0% no segundo. O avanço foi sustentado por uma estratégia de precificação voltada ao enfrentamento da inflação de custos, especialmente em categorias como café e confeitos, que registraram aumentos de preço de 6,0% e 10,6%, respectivamente.
A contribuição de preços chegou a 2,7% no semestre, enquanto o crescimento interno real (RIG) foi de 0,2%. Segundo a companhia, o número reflete a menor demanda dos consumidores e o efeito de curto prazo causado pelos ajustes aos novos patamares de preços. A empresa também registrou queda de vendas na Grande China.
Conforme os dados divulgados, café e confeitos foram os principais motores do crescimento orgânico, com performance influenciada por estratégias de precificação que visam compensar o aumento nos custos de insumos e, ao mesmo tempo, manter o nível de penetração junto ao consumidor no médio prazo. No caso do café, a elasticidade da demanda foi considerada limitada, com o RIG levemente positivo e estável em ambos os trimestres. Já nos confeitos, os efeitos de elasticidade foram mais acentuados, em linha com o comportamento histórico da categoria.
Fora dessas duas linhas de produtos, o desempenho foi mais comedido. PetCare e a divisão de água tiveram crescimento moderado, enquanto os alimentos apresentaram retração, em um cenário de enfraquecimento da categoria.
“Estamos executando nossa estratégia para acelerar o desempenho e transformar para o futuro. Estamos acelerando o crescimento de nossa categoria e melhorando nossa participação no mercado, por meio de uma melhor execução e aumento do investimento, financiado por uma busca incansável por eficiência”, afirmou Laurent Freixe, CEO da Nestlé.