Estudo mostra que diversidade, equidade, inclusão e sustentabilidade continuam no centro das estratégias corporativas no Brasil, mesmo diante de pressões internacionais
Apesar das recentes críticas e movimentos contrários às pautas ESG (Ambiental, Social e Governança) e DE&I (Diversidade, Equidade e Inclusão) em diferentes países, 95% das empresas brasileiras seguem mantendo essas agendas como parte central de suas estratégias corporativas. É o que aponta a pesquisa realizada pela BMI – Blue Management Institute, consultoria especializada em gestão e cultura organizacional, que ouviu 38 diretores de Recursos Humanos (CHROs) de grandes companhias nacionais e multinacionais.
O levantamento abrangeu empresas de variados portes, com destaque para 37% na faixa de 2,5 mil a 10 mil colaboradores, atuantes nos setores de indústria, saúde e serviços. “As crescentes críticas às práticas ESG e DE&I, influenciadas por movimentos políticos em diversos países, não tiveram grande impacto no mercado brasileiro. Este cenário surge em um contexto de consolidação das agendas, principalmente nos últimos 10 anos, que ganharam times e orçamento dedicados, além de uma governança estruturada”, afirma Ana Paula Vitelli, Managing Director da BMI.
O estudo revelou que 63% das empresas contam com apoio de consultorias e instituições externas para implementação de iniciativas ESG e DE&I, enquanto 71% possuem Grupos de Afinidade (BRGs – Business Resource Groups) com foco em mulheres, LGBTQIAPN+, Pessoas com Deficiência (PCDs) e pessoas negras.
Além da criação de grupos de afinidade, o mapeamento e acompanhamento de indicadores se tornaram prática consolidada. Métricas como emissão de carbono, consumo de água e energia, além de índices de diversidade — como presença de mulheres em cargos de liderança e representatividade de minorias – estão cada vez mais presentes na gestão estratégica.
No entanto, o levantamento também evidencia pontos de atenção: 34% das empresas não possuem metas ou cotas específicas para minorias e 39% não contam com programas de mentoria para esses grupos. “Os dados indicam um comprometimento de empresas com essas agendas, visível na alocação de equipes e recursos dedicados. O desafio que se apresenta é evoluir da representatividade para uma participação ativa que promova o desenvolvimento e a permanência de talentos diversos nas estruturas corporativas”, analisa Ana Paula.
A pesquisa também revelou que, para 25% das organizações, a importância atribuída às práticas ESG e DE&I está diretamente associada ao cumprimento de exigências regulatórias ou à preservação da reputação da marca. “Essa constatação também abre espaço para a opinião de que essas agendas eventualmente tenham ultrapassado os limites do que é responsabilidade da organização. Ainda que não seja a opinião da maioria, esse já é um aspecto que emerge nas discussões e pode ajudar a apontar novos caminhos no futuro dessas agendas”, conclui Ana Paula.
Com mais de 20 anos de atuação, a BMI — parte da holding House of Brains — já realizou mais de 600 projetos em organizações de diferentes setores, agregando mais de R$ 2 bilhões de valor para seus clientes. Especializada em redesign organizacional, cultura corporativa e qualificação de alta liderança, a consultoria atua com foco em transformação estratégica, combinando metodologias exclusivas, abordagem humanista e pragmatismo para impactar positivamente os biomas organizacionais e a sociedade como um todo.