Setores de comércio e segmentos primário, financeiro e terceiro setor registraram retração; Norte do país lidera crescimento, com destaque para Amazonas
Depois de dois meses de alta, a demanda por crédito das empresas brasileiras desacelerou em julho de 2025, segundo o Indicador Serasa Experian da Demanda das Empresas por Crédito. No comparativo anual, houve crescimento de 4,0%, mas dois setores registraram queda: o comércio recuou 0,1%, enquanto os segmentos primário, financeiro e terceiro setor – agrupados na categoria “Demais” – caíram 12%, a maior retração desde junho de 2023, quando o índice marcou -16,1%. Já os serviços apresentaram expansão de 10,4%, liderando o avanço no período.
A economista Camila Abdelmalack destacou que o indicador considera apenas as consultas feitas por CNPJs, não refletindo a efetivação de operações. “A demanda por crédito empresarial vinha crescendo em um ritmo acelerado nos últimos meses, mesmo em um ambiente econômico com juros tão altos, por uma questão de equalização do fluxo de caixa. Mas em julho observamos que houve uma desaceleração na procura, muito por conta das muitas negativas que esses negócios receberam nos últimos meses. Isso desestimula a busca por recursos e os empreendedores passam a enfrentar ainda mais dificuldade para manter as finanças em dia”, afirmou.
Porte das empresas
Entre os portes, o desempenho foi impulsionado pelas médias empresas, cuja demanda avançou 5,8% – o terceiro maior crescimento do ano. As micro e pequenas registraram aumento de 4,0%, o menor desde abril, enquanto as grandes subiram apenas 0,9%, o resultado mais baixo do mês.
Desempenho regional
Na análise por unidades federativas, apenas Distrito Federal, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul tiveram retração. O Norte do país puxou a expansão: Amazonas apresentou alta de 30,7%, seguido de Roraima (22,8%) e Pará (18,2%). Alagoas (13,9%) e Maranhão (13,7%) também registraram avanços relevantes.
Metodologia
O Indicador Serasa Experian da Demanda das Empresas por Crédito é construído a partir de uma amostra significativa de CNPJs consultados mensalmente na base de dados da companhia. São consideradas as transações que configuram relação creditícia entre empresas e instituições financeiras ou não financeiras. A quantidade de CNPJs consultados é transformada em número índice (média de 2024 = 100), com segmentação por unidade da federação, setor e porte das empresas.
