Neuropsicóloga da NeuronUP reúne orientações baseadas em ciência e bem-estar para reduzir os riscos do Acidente Vascular Cerebral, que já afeta mais de 2 milhões de brasileiros
O alto número de pessoas acometidas pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame cerebral, é uma dura realidade. De acordo com a Sociedade Brasileira de AVC, essa é a segunda maior causa de mortes no Brasil e a principal responsável por incapacidades no mundo. O AVC pode acontecer por obstrução do fluxo sanguíneo no cérebro (AVC isquêmico) ou por rompimento de vasos cerebrais (AVC hemorrágico), levando a sintomas que variam de perda de fala e visão a confusão mental, paralisia e coma.
Embora a enfermidade seja comumente associada à idade avançada ou a fatores genéticos, a maioria dos casos pode ser evitada com mudanças simples de hábitos, que envolvem tanto o cuidado com a saúde física, quanto o equilíbrio emocional e cognitivo. “É crucial que as pessoas saibam cuidar da saúde cerebral, afinal, essa tarefa exige atenção ao estresse, às emoções e à forma como lidamos com as pressões do dia a dia”, comenta Martha Valeria Medina Rivera, neuropsicóloga na NeuronUP.
Ela destaca ainda que prevenir um AVC não significa apenas fazer check-ups, mas cultivar uma rotina saudável para o corpo e para a mente. “Isso inclui sono de qualidade, atividade física, boa alimentação, estímulos cognitivos e relações interpessoais saudáveis”, diz.
Com intuito de auxiliar na prevenção dessa grave condição, Martha compilou cinco práticas essenciais apoiadas por evidências científicas e voltadas para o bem-estar holístico, com o objetivo de fortalecer a saúde do cérebro e prevenir o AVC. Confira a seguir:
- Estimule a mente cognitivamente:
Dedique de 20 a 30 minutos, pelo menos três vezes por semana, a jogos e exercícios cognitivos que desafiem a memória, atenção e tomada de decisões. “Atividades como leitura, quebra-cabeças e uso de plataformas como a NeuronUP ajudam a manter as redes neurais ativas e fortalecem a reserva cognitiva — é a capacidade do cérebro de tolerar lesões estruturais”, comenta.
- Pratique atividades físicas com regularidade:
É crucial que o paciente inclua em sua rotina algum tipo de atividade física, como caminhadas, dança, natação, pois elas favorecem a oxigenação do cérebro, estimula a plasticidade neuronal e diminui o risco de deterioração cognitiva.
- Alivie o estresse:
“Técnicas como meditação, respiração profunda e mindfulness – também conhecida como atenção plena, a prática envolve estar completamente presente no agora, visando melhor o bem-estar mental e emocional – têm efeito direto na redução dos níveis de cortisol e adrenalina — hormônios ligados ao estresse crônico, que podem causar danos vasculares e favorecer o surgimento de um AVC”, destaca.
- Tenha um sono de qualidade:
Dormir bem é fundamental para a regeneração cerebral. “É importante que o paciente evite telas antes de dormir, seguir horários regulares e ter um ambiente propício ao sono contribui para a atividade do sistema glinfático, responsável pela limpeza de toxinas no cérebro”, indica.
- Adote uma alimentação neuroprotetora:
Martha enfatiza que uma dieta rica em vegetais, azeite, peixe e nozes está associada à redução da inflamação e ativa mecanismos que protegem o cérebro. Esse tipo de dieta pode proteger tanto a saúde geral quanto a do sistema nervoso.
Atenção aos sinais
A neuropsicóloga reforça a importância de ficar atento aos possíveis sintomas de um AVC. “Confusão mental, alterações na fala, desorientação, mudanças bruscas de humor ou perda de memória podem ser sintomas de um AVC em curso. Nestes casos, busque atendimento médico imediatamente”, alerta. “É importante também que o paciente procure um neurologista caso tenha histórico familiar da doença ou fatores de risco como hipertensão, diabetes, colesterol alto ou apneia do sono”, finaliza.