Ação destaca facetas do preconceito verbal contra a mulher em vídeo que será exibido na avenida mais famosa do mundo
“Você pediu por isso. Olha como está vestida”; “Você está exagerando”; “Você precisa de um homem para cuidar de você”; “Sabe cozinhar? Pode casar!”. Frases comuns no cotidiano de uma mulher, mas que não deveria ser. Esse é o tema da nova campanha da agência de gestão artística Catapulta, “Desperte-se, Rompendo O Silêncio”, em que 13 atrizes renomadas se reúnem em um vídeo citando as frases mais ouvidas no cotidiano feminino.
Com Ana Carolina Sauwen, Beatriz Brito, Chica Oliveira, Dandara Abreu, Duda Lopes, Natascha Falcão, Ingrid Ranieri, Isadora Maria, Juliana Satlher, Luiza Rosa, Marjorye Malta, Neyde Braga e Sara Chaves, o vídeo está no ar nas redes sociais (pode ser visto aqui) e está sendo exibido na Times Square, em Nova York.
Comentários que podem parecer inofensivos, mas são prejudiciais – A ideia surgiu de uma sequência de vivências da CEO Sheislane Hayalla, percebendo que pelo hábito, muitas mulheres acabam normalizando o machismo verbal e é hora de romper o silêncio.
“Decidimos abrir os olhos das mulheres, destacando como o machismo verbal pode ser prejudicial e impactante para o bem-estar emocional, psicológico e social das mulheres. É importante reconhecer que essas formas de discriminação não são simplesmente ‘frescura’ ou algo trivial, mas sim contribuem para a criação de um ambiente desigual e hostil”, conta a empresária
“Deixe o trabalho com os rapazes e vá fazer compras” – Essa foi uma das frases que marcaram a gota d’água de Sheislane, que após uma sequência de discriminações em um determinado trabalho, resolveu levantar a bandeira contra o machismo verbal.
“Essas experiências evidenciaram claramente como minha idade e gênero estavam sendo usados para questionar minha capacidade de liderança e competência profissional, apesar de estar à frente de projetos significativos”.
Um time de estrelas que realmente levantam a bandeira da igualdade de gênero – Na agência Catapulta, 70% do time é composto por mulheres que, segundo Sheislane, são ativistas, feministas e representam uma variedade de idades. “Elas trouxeram uma riqueza de experiências pessoais e estão comprometidas com a causa. Essa diversidade de vozes e experiências contribuiu para tornar a mensagem da campanha mais inclusiva e impactante”.
O processo de produção foi marcado por surpresas e esclarecimentos – “Pedimos às atrizes que selecionasse entre as frases que escolhemos, as que já tinham ouvido. Foi surpreendente ver suas reações. Muitas expressaram choque ao perceberem a frequência dessas situações em suas vidas”, afirma a CEO, que diz que o momento de conscientização trouxe ainda mais verdade e destacou a importância de falar sobre o tema.
“Compreendi que falar sobre machismo verbal pode nos colocar em uma posição vulnerável, mas também reconheci a importância de desafiar essa mentalidade prejudicial e promover mudanças significativas na sociedade. Assim, a campanha nasceu da minha vontade de sensibilizar as pessoas sobre os efeitos do machismo verbal e incentivar ações para combatê-lo, visando criar um ambiente mais justo e igualitário para todos.”