Capital amazonense acumula R$ 10,93 bilhões em importações até agosto e reforça papel estratégico da Zona Franca e do Polo Industrial
O ranking das cidades brasileiras que mais importam mudou em 2025 e confirmou a ascensão de Manaus (AM). Segundo dados da plataforma Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a capital amazonense ultrapassou Itajaí (SC) e passou a liderar o volume de compras externas no país.
De janeiro a agosto, Manaus somou R$ 10,93 bilhões em importações, contra R$ 10,77 bilhões registrados por Itajaí. A virada ocorreu em maio, consolidando o papel estratégico da Zona Franca e do Polo Industrial de Manaus, que concentram quase a totalidade das operações externas do estado.
De acordo com Rogério Marin, especialista em comércio exterior e CEO da Tek Trade, o desempenho da capital amazonense está diretamente ligado à necessidade de insumos para a indústria local. “A Zona Franca de Manaus combina incentivos fiscais com um parque fabril diversificado, que inclui eletroeletrônicos, motocicletas e bens de consumo. Esse ecossistema gera uma demanda contínua por componentes importados, fazendo com que o município se destaque no ranking nacional”, explica Marin.
Mesmo fora da liderança, Itajaí segue entre os polos logísticos mais relevantes do país, com forte participação no desembarque de produtos acabados. A cidade se beneficia da localização no litoral catarinense, da modernização portuária e da presença de tradings que utilizam a região como porta de entrada de mercadorias. “Itajaí oferece vantagens como custos tributários competitivos e eficiência logística, que atraem empresas de todo o Brasil a operarem suas importações pelo porto catarinense”, complementa Marin.
O top 5 do ranking de municípios importadores é completado por São Paulo (R$ 6,64 bilhões), Petrópolis (R$ 6,47 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 5,23 bilhões).
Importações no Brasil
No recorte por estados, São Paulo lidera com R$ 57,48 bilhões, seguido por Santa Catarina (R$ 22,48 bi), Rio de Janeiro (R$ 19,73 bi), Paraná (R$ 13,69 bi) e Minas Gerais (R$ 12,02 bi). O Amazonas, apesar do desempenho de Manaus, ocupa apenas a sexta posição, com R$ 11,09 bilhões.
As importações brasileiras como um todo cresceram 6,9% entre janeiro e agosto, somando US$ 184,77 bilhões, conforme dados do MDIC. Em agosto, houve retração de 2,0% no comparativo mensal, impulsionada pelo avanço da Indústria Extrativa (+26,5%) e queda da Indústria de Transformação (-3,8%).
Para Marin, esse cenário reforça o dinamismo do setor: “Nós atuamos oferecendo soluções para empresas que desejam importar e percebemos que, mesmo em um ambiente de oscilações mensais e instabilidades globais, o crescimento acumulado das importações mostra a força desse segmento no Brasil”, afirma.
