Estudos apontam que dietas Mediterrânea, DASH e Plant-Based reduzem riscos, mas especialista reforça que adaptação ao paciente é determinante
O Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro, reforça a importância da prevenção das doenças cardiovasculares, que é a principal causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No contexto das doenças cardiovasculares, a alimentação tem papel decisivo na prevenção e no manejo clínico. Por isso, diferentes estratégias nutricionais vêm sendo avaliadas pela ciência, com destaque para padrões alimentares que priorizam equilíbrio, variedade e qualidade dos alimentos.
No Brasil, a data marca o encerramento de um mês de conscientização que vai além de exames e medicamentos. Para a nutricionista clínica e hospitalar Lauren Nassur, especialista em doenças crônicas da Prime Care Medical Complex, a proteção cardíaca começa no prato. “Não é a melhor dieta, e sim a melhor adaptação para o paciente”, afirma Lauren. Segundo a profissional, a prevenção é mais efetiva quando dieta, comportamento alimentar e estilo de vida são combinados.
Evidências científicas
Pesquisas recentes apontam benefícios claros de três dietas anti-inflamatórias no combate a doenças cardiovasculares:
Mediterrânea: Associada à redução do risco cardiovascular, com efeitos positivos sobre metabolismo lipídico, inflamação e saúde vascular.
DASH: Desenvolvido pelo National Institutes of Health (NIH), mostrou eficácia na redução da pressão arterial e do risco cardiovascular. A adesão à dieta está associada à redução de 17% na mortalidade por todas as causas e cardiovasculares em adultos acima de 60 anos.
Plant-Based: Estudo publicado em 2024 no American Journal of Preventive Cardiology mostrou que padrões alimentares vegetarianos, incluindo veganos, reduzem o risco de doenças cardiovasculares.
Foco na personalização
Além da escolha da dieta, a especialista destaca a importância da individualização. “A alimentação personalizada permite que cada paciente potencialize os benefícios para o coração, promovendo longevidade cardiovascular, ou seja, viver com mais qualidade, mantendo o coração mais saudável ao longo dos anos”, explica.
A inflamação crônica de baixo grau, conhecida como inflammaging, é um dos fatores de risco mais relevantes. Nesse contexto, alimentos ricos em antioxidantes e compostos anti-inflamatórios, como peixes ricos em ômega-3, oleaginosas, azeite de oliva, frutas vermelhas e vegetais verde-escuros, são aliados da saúde cardíaca.
Mudanças práticas
Pequenos ajustes na dieta e no estilo de vida já podem ter impacto significativo: substituir gorduras saturadas por insaturadas, aumentar o consumo de fibras e reduzir o sal são medidas eficazes na redução de riscos. “Essa abordagem integrada ajuda a garantir eficiência preventiva, respeitando a individualidade de cada pessoa”, conclui Lauren.