Modalidade tradicional do setor público se consolida como alternativa mais vantajosa à fiança bancária
O seguro garantia vem ampliando sua relevância no mercado corporativo brasileiro e se consolidando como alternativa às formas tradicionais de caução e fiança bancária. Cada vez mais utilizado em setores como infraestrutura, energia e construção civil, o produto é visto como uma solução estratégica que alia segurança jurídica, flexibilidade contratual e eficiência financeira.
“É um instrumento estratégico para mitigar riscos e atender exigências em contratos entre empresas”, afirma Eduardo Cruci, Superintendente de Subscrição e Risco de Crédito da Junto Seguros. Segundo ele, a modalidade supre uma lacuna relevante ao evitar a imobilização de capital em contas garantidoras, liberando recursos que podem ser direcionados à expansão operacional e novos investimentos. “Ou na contratação de uma fiança bancária, o que compromete o limite de crédito para alavancagem da empresa (tomadora) com os bancos”, acrescenta.
O avanço desse mercado acompanha uma mudança de mentalidade no país. Em 2024, o setor movimentou mais de R$ 5 bilhões em prêmios, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Ainda assim, cerca de 86% das apólices emitidas tiveram como beneficiário o setor público, mantendo a predominância de contratos ligados ao Estado. “O mercado privado é enorme porque qualquer contrato entre empresas pode ser garantido por uma apólice com seguro garantia. O desconhecimento pelo setor privado quanto ao seu funcionamento e segurança ainda é a maior barreira à adoção desse instrumento”, aponta Cruci.
A Junto Seguros tem apostado no segmento corporativo privado para ampliar sua atuação. Em 2024, a companhia emitiu aproximadamente R$ 225 milhões em prêmio direto de seguro garantia com empresas privadas, o que representou 27% da sua produção total, percentual bem acima da média do mercado, determinado em 16%. O desempenho está associado a processos de subscrição especializados e soluções digitais que, segundo a seguradora, conferem maior agilidade e segurança. “Além da agilidade operacional, oferecemos análises técnicas que contribuem para uma tomada de decisão mais segura”, afirma Cruci.
A expectativa é de crescimento contínuo, sobretudo em setores que demandam garantias robustas, como saneamento, energia e obras estruturantes. Essas áreas, pela complexidade de projetos e multiplicidade de fornecedores, exigem instrumentos que reduzam a exposição a riscos. “Acreditamos que a combinação de eficiência financeira, compliance e segurança irá transformar o uso dessa modalidade no Brasil, alinhando-a aos padrões internacionais mais avançados”, conclui Cruci.