Bolsa de Ação Climática contabiliza 146 milhões de toneladas em créditos e reforça papel do Brasil no mercado de carbono
A B4, primeira Bolsa de Ação Climática do Brasil, completou dois anos de operação em agosto alcançando resultados expressivos. Segundo o Relógio de Ação Climática B4, já foram submetidos 533 projetos para listagem, dos quais 202 estão em desenvolvimento. Atualmente, a plataforma registra 44 projetos em processo de listagem, 11 aprovados e 7 já listados. O volume de créditos em análise chega a 146,695 milhões de toneladas de CO₂, enquanto 12,762 milhões de toneladas já foram listadas. Além disso, mais de 3,356 milhões de hectares estão sob monitoramento.
“Os resultados estão dentro do que a gente planejou. Batemos a meta de movimentar 12 milhões de toneladas em créditos de carbono e superamos o objetivo de listar um projeto a cada três meses em 2025. Até 2030, queremos listar aproximadamente 300 milhões de créditos”, avalia Odair Rodrigues, CEO e fundador da B4.
De acordo com a instituição, cada tonelada de crédito de carbono está sendo negociada na Bolsa ao preço médio de R$ 98. “Até agora, o mercado não tinha velocidade e os títulos circulavam em papeis lentamente. Com a automatização e o aumento da segurança nas transações, a possibilidade de gerar receita é muito mais alta, tanto para o originador do crédito quanto para quem está comprando”, acrescenta Rodrigues.
A B4 projeta para este ano R$ 1,1 bilhão em créditos de carbono listados e negociações em curso, consolidando-se como referência em transparência e rastreabilidade para projetos de sustentabilidade. A instituição opera com tecnologia blockchain e métricas que acompanham tanto as emissões compensadas quanto os hectares preservados.
O ambiente regulatório brasileiro também tem favorecido a expansão do mercado. A criação dos Títulos de Finanças Florestais (TFFs) abriu novas possibilidades de captação de recursos privados para conservação. Mudanças recentes na Lei do Licenciamento Ambiental destravaram projetos estratégicos, enquanto a proximidade da COP30 em Belém reforça compromissos climáticos e amplia a visibilidade internacional do protagonismo nacional.
Outro marco foi a adequação da B4 ao Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), regulamentado pela Lei nº 15.042/2024. A conformidade com o modelo regulado fortalece a credibilidade da Bolsa no cenário nacional e internacional, posicionando a instituição como parceira estratégica para empresas em transição para a economia de baixo carbono.
Olhando para frente, a B4 projeta expansão em três frentes principais: internacionalização do modelo brasileiro de Bolsa de Ação Climática, desenvolvimento de soluções digitais acessíveis para empresas de diferentes portes e fortalecimento do ecossistema nacional até a COP30, conectando originadores, compensadores e investidores.

