Grupo Pact Insights, que já negociou mais de R$ 1 bilhão em risco, projeta faturar R$ 20 milhões em 2025 ao adotar modelo de remuneração 100% atrelado ao sucesso das negociações
O Grupo Pact Insights vem se consolidando como um dos protagonistas na transformação da gestão de passivos judiciais no Brasil. Criada em 2018, a startup Pact, carro-chefe do grupo, alia expertise jurídica, visão financeira e tecnologia de inteligência artificial para intermediar acordos trabalhistas. Desde então, já conduziu mais de 2 mil negociações, movimentando R$ 1 bilhão em risco e envolvendo mais de 700 advogados adversos.
Segundo o fundador e CEO da Pact, Lucas Pena, a motivação inicial para criar a empresa veio da sua experiência no mercado financeiro e da percepção sobre a falta de visão estratégica nas negociações judiciais. “As empresas pediam para empurrar os processos para frente, sem nunca avaliar o valor real de um acordo. Eu sabia que era possível trazer compliance e visão financeira a essas negociações”, relata.
O modelo adotado pela legaltech se diferencia por ser 100% baseado em êxito: a empresa só recebe se comprovar economia ao cliente. Essa abordagem já gerou resultados expressivos em diversos setores. No hospitalar, foram 547 processos convertidos em acordos, representando R$ 22,9 milhões em economia. No ferroviário, 276 casos resultaram em R$ 65 milhões de redução de despesas, enquanto no setor de telecomunicações 212 acordos garantiram R$ 57,5 milhões em economia. “Nosso modelo faz o trabalho de casa: validamos cada processo, prezamos pela viabilidade financeira e conduzimos as tratativas diretamente com os escritórios adversos”, explica Pena.
A virada tecnológica veio em 2023, com a aquisição da Legal Insights. Inicialmente um aplicativo de gestão documental, a empresa foi incorporada como braço de inteligência jurídica, agregando dados de tribunais, bancos e operações internas de clientes. Com algoritmos de inteligência artificial, o sistema automatiza cálculos de depósitos judiciais e monitoramento de prazos. “Ao integrar a Legal Insights, ganhamos muito em capacidade operacional”, afirma o CEO, destacando a ampliação do time para quase 50 colaboradores e a entrada em negociações também na esfera cível.
Em 2024, o grupo registrou R$ 13,5 milhões em faturamento e projeta chegar a R$ 20 milhões em 2025, resultado que deve ser impulsionado pela incorporação da Legal Insights, adquirida em 2023 para ampliar a capacidade tecnológica e de gestão de dados.
Atualmente, o grupo atende grandes empresas como iFood, Magazine Luiza, AeC, CVC, TotalExpress, SulAmérica e Machado Meyer, em um momento em que a Justiça brasileira avança na digitalização e as companhias buscam práticas de governança alinhadas a auditorias de ESG. “A ausência de uma cultura de negociação judicial no Brasil faz com que as empresas desembolsem, todos os anos, mais de R$ 40 bilhões apenas em ações trabalhistas. Podemos transformar essa realidade. Somos especialistas em negociações, e nosso objetivo é obter acordos para reduzir as despesas das empresas com passivos judiciais”, defende Pena.
Para 2025, a meta é ampliar a carteira de clientes e reforçar o posicionamento da empresa como referência no setor. “Nossa remuneração só existe se comprovarmos economia para o cliente. Esse alinhamento de interesses sustenta nossa expansão e a confiança do mercado”, conclui.