Projeto global da marca já contempla línguas nativas brasileiras e promove acesso digital como ferramenta de preservação cultural
Reforçando seu papel de liderança em inovação com impacto social, a Motorola anunciou a integração do zapoteco – idioma indígena mexicano – ao seu sistema operacional. Com isso, o projeto da marca, iniciado em 2021, alcança oito línguas indígenas em risco de extinção contempladas com teclados e interfaces digitais, reafirmando o compromisso da Motorola e da Fundação Lenovo com a inclusão digital e a preservação de patrimônios linguísticos ameaçados.
A nova interface em zapoteco (dixhsa / diza), desenvolvida em colaboração com comunidades de Oaxaca, é a mais recente iniciativa do programa Iniciativa de Apoio às Línguas Indígenas. O teclado abrange cinco variantes regionais da língua: Dixhsa de Teotitlán del Valle, Yubdany diza de San Bartolomé Quialana, Dìzà de San Pablo Güilá, Ditsa de San Miguel del Valle e Diza de Santa Inés Yatzeche.
A criação do teclado envolveu oficinas com falantes nativos e mapeamento de caracteres específicos, respeitando as estruturas linguísticas e culturais de cada região. Essa é a primeira vez que essas variantes do zapoteco ganham representação em dispositivos móveis, em uma ação que marca um passo inédito para a revitalização da língua.
“Uma língua viva que agora pode ser digitada” é o mote simbólico da iniciativa, que reconhece a urgência de se preservar idiomas ameaçados. Segundo a UNESCO, uma língua indígena desaparece a cada duas semanas no mundo — o que pode resultar na extinção de cerca de 3 mil idiomas únicos até o fim do século.
Reconhecimento internacional e impacto global
O programa da Motorola já foi reconhecido internacionalmente por seu impacto. Entre os principais prêmios, estão o Tom’s Guide Award (2023) e o Best DEIB Initiative no Halo Awards (2025). A iniciativa também inspirou a publicação do white paper Hello Indigenous, em parceria com a UNESCO, que propõe diretrizes para a preservação de línguas ameaçadas por meio da inclusão digital.
Além disso, a Motorola teve papel de destaque em eventos globais, como a celebração da Década Internacional das Línguas Indígenas da UNESCO (2022) e o Fórum de Governança da Internet da ONU (2025). Em setembro deste ano, a empresa participará de um seminário em Bruxelas durante o European Day of Languages, apresentando o projeto como referência no uso da tecnologia para a valorização de línguas regionais e minoritárias.
Desde 2021, a Motorola habilitou em sua interface de usuário os idiomas: Nheengatu (Brasil), Kaingang (Brasil), Cherokee (EUA), Kangri (Índia), Maori (Nova Zelândia), Ladino (Itália) e Zapoteco (México). Além disso, teclados foram desenvolvidos para Nheengatu, Kaingang e Kuvi (Índia), com mais de 1 milhão de palavras traduzidas disponibilizadas em código aberto, permitindo que outras empresas e desenvolvedores adotem e disseminem essas línguas em seus ecossistemas digitais.
Um manifesto em forma de filme
Para marcar o lançamento do novo teclado, a Motorola apresentou o curta-metragem “Za lade ridxi” (Nuvens entre as vozes), dirigido por Cassandra Casasola e baseado em um poema da escritora zapoteca Irma Pineda. Com trilha sonora de Mare Advertencia e Alan Ortíz-Grande, o filme retrata o cruzamento entre tradição e contemporaneidade, unindo manifestações culturais que vão da oralidade ancestral à presença digital.
A obra será exibida no canal oficial da Motorola México no YouTube e propõe um diálogo poético entre culturas que, mesmo separadas por barreiras linguísticas, encontram pontes por meio da tecnologia.