Pesquisa da Gupy sobre empregabilidade analisa dados de 2019 a 2024 e revela ascensão e desaceleração do trabalho remoto, enquanto o modelo híbrido desponta
O mercado de trabalho passou por transformações profundas nos últimos cinco anos, impulsionadas pela pandemia e pela rápida adaptação ao trabalho remoto e híbrido. O novo Relatório de Tendências da Empregabilidade 2025, produzido pela Gupy com apoio da LCA Consultoria Econômica, revela como as vagas de trabalho foram afetadas entre 2019 e 2024, destacando o auge do trabalho remoto em 2022 e sua posterior desaceleração. Até junho de 2024, a maior parte das vagas anunciadas ainda era para o regime presencial (87,2%), com o modelo híbrido representando 7% e o remoto cerca de 5%.
Segundo o estudo, o modelo híbrido se mostra como a principal tendência para 2025, pois atende as necessidades de interação e cultura organizacional e a flexibilidade que os colaboradores desejam. “Equilibrando a flexibilidade desejada pelos colaboradores e a necessidade de interação presencial para promover cultura organizacional e inovação, o formato híbrido tem ganhado cada vez mais espaço. Em abril de 2024, o número de vagas e contratações híbridas atingiu seu pico, consolidando o modelo como preferido por muitas empresas”, afirma Guilherme Dias, CMO da Gupy.
O declínio do trabalho remoto
O trabalho remoto viu uma expansão rápida até o primeiro trimestre de 2022, quando atingiu seu ponto máximo, impulsionado pelo isolamento social durante a pandemia. Desde então, muitas empresas têm retornado ao modelo presencial, reduzindo as oportunidades de trabalho remoto. Entretanto, essa modalidade permanece acima dos níveis de 2019, registrando um aumento de 1,4% nas vagas e 1,9% nas contratações em comparação ao período pré-pandêmico.
A desaceleração do trabalho remoto se reflete em outros indicadores econômicos, como o aumento no uso do transporte coletivo e o crescimento de vagas em setores ligados a edifícios comerciais, que indicam uma retomada da demanda pelo trabalho presencial.
Crescimento do modelo presencial e ascensão do híbrido
Mesmo com as mudanças dos últimos anos, o trabalho presencial ainda predomina em setores que demandam interação direta, como indústria e agricultura. Em janeiro de 2024, as vagas presenciais somaram 113 mil, um aumento em relação ao ano anterior. Já as contratações subiram de 55,4 mil em abril de 2023 para 87,1 mil no mesmo mês de 2024.
O modelo híbrido, por outro lado, apresentou uma rápida adoção, passando de 1% das contratações entre junho e setembro de 2022 para 5% no mesmo período de 2023. No segundo trimestre de 2024, o híbrido representou 11% das contratações, o que mostra um crescimento significativo e uma possível preferência por esse formato.
Perspectivas para o futuro: a busca pelo equilíbrio
De acordo com Dias, o modelo híbrido reúne o melhor dos dois mundos, sendo uma solução sustentável para empresas e colaboradores. “Com a tendência de flexibilidade em alta, empresas que souberem equilibrar os diferentes modelos de trabalho estarão melhor preparadas para atrair e reter talentos, além de otimizar seus custos e melhorar a eficiência de suas operações”, afirma.
A importância do porte da empresa nas contratações
O estudo, realizado entre julho de 2023 e julho de 2024, mostrou que grandes empresas foram responsáveis por 84% dos novos empregos gerados, enquanto as de médio e pequeno porte, embora em menor escala, mantêm práticas seletivas que buscam talentos alinhados com as exigências do mercado.
As transformações do mercado de trabalho e as novas preferências reveladas pelo relatório indicam que o futuro do emprego será mais flexível, com o modelo híbrido cada vez mais relevante para empresas que buscam inovação e eficiência.