Cinco estudantes brasileiros passaram por um intenso processo de seleção e, mostrando excepcional habilidade, foram escolhidos entre 313 jovens para representar o Brasil
De 10 a 14 de julho, Praga, a capital da República Tcheca, será palco do renomado torneio pré-Mundial de Debates Escolares, celebrando sua maior participação histórica, com 66 equipes, dentre as quais, uma delas é a brasileira. Se classificados, eles seguirão para o Mundial de Debates na Sérvia, que acontecerá do dia 16 de julho até o dia 26 de julho.
O pré-Mundial de Debates Escolares (World Schools Debating Championships), é uma competição internacional prestigiada, que convoca anualmente os melhores jovens talentos de cada país para um embate intelectual de excelência, afim de fomentar o pensamento crítico, a comunicação eficaz e o trabalho em equipe. O torneio é comparado à uma Copa do Mundo de debates, e as seletivas são promovidas com o intuito de escolher os melhores debatedores de cada nação, filtrando os mais qualificados para representarem seus países no Mundial.
Cinco estudantes brasileiros passaram pelo rigoroso processo de seleção e, ao apresentarem excepcional habilidade, foram escolhidos entre 313 jovens para representar o Brasil. A equipe brasileira foi classificada como a 11ª melhor do evento, e segue para as oitavas de final, para debater questões variadas, como as eleições na França, crise climática, ascensão geopolítica da Índia e os desafios da agricultura moderna.
Esta é a primeira participação presencial do Brasil no Pré-WSDC, após três anos participando de forma online, e esta é uma oportunidade fomentada pelo Instituto Brasileiro de Debates (IBD), uma entidade sem fins lucrativos dedicada à promoção e organização de debates competitivos no Brasil. Para chegarem à Praga, os representantes do Brasil na competição: Vitor Cezário, Renata Hamdar, Luiz Arns, Halytza Dutra e Ícaro Teixeira, passaram por um treinamento meticuloso conduzido por Jess Peixoto e Gabriel Guia, renomados debatedores universitários e representantes do IBD.
“Muitas pessoas não entendem o nível de dedicação e esforço que este esporte intelectual exige desses jovens, que, ao invés de estarem jogando videogame ou gastando seu tempo livre longe dos estudos, escolhem passar horas estudando as condições políticas que levam ao atual sistema de votação do Banco Mundial, além de considerar, sem poder escolher seu lado, quais seriam as razões lógicas para mudá-lo ou mantê-lo”, afirma Jess Peixoto.
Para estar entre os classificados em Praga, a Seleção Brasileira de Debates Escolares enfrentou equipes do Canadá, Coreia do Sul, China, Países Baixos, México e Vietnã. “Representar o Brasil neste evento é um privilégio imenso, pois, além de exaltar um esporte intelectual que aprimora habilidades amplamente exigidas na atualidade, simboliza a ascensão da educação brasileira ao topo educacional global. Enquanto diversas nações, como a Coreia do Sul, possuem um legado estabelecido no Mundial de Escolas e na prática do debate competitivo, nós, no Brasil, incorporamos essa prática em nossas escolas apenas há quatro anos. Em tão curto espaço de tempo, registramos progresso significativo e aprimoramos nossa qualidade e preparação. Diante das seleções de elite do mundo e dos elevados níveis de debates, essa evolução torna-se evidente. Ao vencer a Coreia do Sul e a China, duas das mais fortes nações nesse esporte ao longo dos anos, nossa celebração na primeira rodada foi além do triunfo; foi a comemoração do patamar de excelência que nosso país está alcançando”, afirma o representante Vitor Cezário.
Renata Hamdar compartilha o entusiasmo da equipe: “Estamos emocionados em trazer nosso estilo único de debate, caracterizado por paixão, argumentação incisiva e criatividade, para este palco global.” Luiz Arns, que também compõe a equipe de debatedores, acrescenta: “Queremos ser conhecidos não apenas como a nação do futebol, mas também do debate e da educação.”
A dedicação aos estudos e ao desenvolvimento da habilidade, trazem recompensas que vão além do troféu e, ao longo dos últimos três anos, os atuais membros da Seleção Brasileira de Debates Escolares já vivenciam tais colheitas: Dos cinco, quatro foram aprovados com bolsas em universidades estrangeiras de renome, como Harvard e Columbia. Luiz Martins, o capitão do time de 2021, explica sobre esse processo: “Através da liderança como capitão da seleção brasileira de debates, desenvolvi habilidades de comunicação e pensamento crítico que foram fundamentais para minha admissão em instituições renomadas como Harvard e Yale. Ao liderar nossa equipe em competições internacionais, mostramos ao mundo que o Brasil é uma nação que valoriza o debate como uma forma construtiva e eficaz de enfrentar desafios.”
O IBD continua a desempenhar um papel indispensável, não apenas com treinamentos, mas ao conscientizar a sociedade brasileira sobre a importância do debate competitivo. Sua atuação inclui o auxílio a escolas na implementação de debates competitivos na grade escolar. A entidade defende que o debate é uma ferramenta educacional imprescindível para o desenvolvimento de habilidades fundamentais, como pensamento crítico, oratória, retórica convincente e respeito por diversas perspectivas. Este esforço é um passo estratégico para o avanço da educação brasileira. “Estamos plantando as sementes de uma geração de líderes pensantes, capazes de enfrentar os desafios do futuro com argumentação sólida e mente aberta”, Jess Peixoto conclui com orgulho.