PMEs: tendência é de retomada econômica segundo raio-x do setor, aponta Serasa Experian

Companhia lança o “Empreender Brasil”, compilado de dados que mostram uma visão trimestral inédita de mercado sobre as micro, pequenas e médias empresas do país; índices como geração de emprego, demanda e oferta por crédito vêm crescendo enquanto inadimplência começa a desacelerar

A Serasa Experian, datatech líder em soluções de inteligência para análise de riscos e oportunidades, com foco nas jornadas de crédito, autenticação e prevenção à fraude, acaba de lançar o “Empreender Brasil: Inteligência de Mercado para as MPMEs”

Trimestralmente, o boletim trará dados proprietários da Serasa Experian e de mercado sobre perfil e impactos conjunturais sobre o segmento de micro, pequenas e médias empresas. O estudo se divide em categorias e traz: dados demográficos e segmentação, o Score PJ dessas empresas de modo geral e segmentado, dados de atividade econômica (emprego, demanda, oferta e acesso ao crédito) e inadimplência e insolvência. 

“Essa ação está alinhada ao nosso compromisso de facilitar democratizar o acesso à informação de qualidade para um público que tem ampla necessidade. Além disso, pode apoiar outros players que, em um modelo de negócio B2B, trabalhem em conjunto com as MPMEs. Conseguimos atender diferentes aspectos sobre esse público, com dados de perfil e conjunturais extremamente ricos”, explica o vice-presidente de pequenas e médias empresas da Serasa Experian, Cleber Genero. 

Quem são e onde estão as MPMEs?

Levantamento realizado pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, traz que, atualmente, temos 21.943.590 empresas ativas no país, sendo que 93,6% delas são consideradas dentro do universo das micro e pequenas empresas. 

Em termos de demografia, São Paulo apresenta o maior número de microempresas e empresas de pequeno porte, com quase um terço (5.871.944 ou 28,6%) das companhias localizadas no estado. Porém, ao compararmos com outros Estados, SP apresenta uma menor concentração das empresas com esses portes: 92,5%. Ou seja, em São Paulo temos um percentual maior de médias e grandes empresas. 

Com isso, a grande concentração de microempresas e Empresas de Pequeno Porte estão nos estados da Região Norte e Nordeste, com exceção de Goiás. O destaque fica na Paraíba, com 95,8% do total.  Sendo assim, o ranking dos dez estados por ordem de concentração das microempresas e empresas de pequeno porte é: Paraíba (95,76%), Rondônia (95,76%), Bahia (95,35%), Alagoas (95,34%), Pará (95,27%), Maranhã (94,93%), Amapá (94,87%), Sergipe (94,64%), Goiás (94,61%), Piauí (94,6%) e, por fim, Roraima (94,53%).

Já olhando para os segmentos de atuação, 40% das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte ativas, concentram-se em 20 deles, que englobam atividades como serviços e comércio variados, transporte, beleza, restaurantes, entre outros. Os cinco maiores, em ordem de predominância estão: comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (5%); cabeleireiros, manicure e pedicure (4%); promoção de vendas (3%), obras de alvenaria (2,7%) e, por fim, preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especificados anteriormente (2,3%).

Cenário econômico mostra retomada das MPMEs

 Aspectos conjunturais e econômicos tem um impacto no cenário das MPMES. Dados sobre empregabilidade, crédito, confiança e inadimplência, por exemplo, são informações importantes que contribuem para traçar o panorama desse setor e o estudo traz indicadores acerca do tema.

A respeito da geração de emprego, as micro e pequenas empresas foram destaque em abril, trazendo um total de 155.725 novas contratações para o mercado, ou 64,9% de todos os empregos gerados no país no período, enquanto as médias e grandes empresas contribuíram com 69.494 novos postos de trabalho, o que corresponde a 29,0% do total de empregos criados em abril. No acumulado do ano, a geração de empregos pelas micro e pequenas empresas equivale 61,3% do total de empregos gerados ou 588.133 vagas criadas, dentro do universo de 958.425 novas contratações gerais. 

Quando olhamos para a demanda por crédito, em abril houve um avanço de 15,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, os primeiros quatro meses de 2024 tiveram uma alta acumulada de 3%. A demanda por crédito vem seguindo uma tendência crescente motivada, em especial, pela gradual redução das taxas de juros e spreads bancários, somada ao crescimento que a economia vem tendo ao longo do ano. 

Já a oferta de crédito também vem crescendo. É o que mostra o total de crédito concedido pelo Sistema Financeiro Nacional (SFN) às micro, pequenas e médias empresas que atingiu R$1,038 trilhão, um avanço de 5,5% em relação à posição de abril/23. É importante ressaltar que o crédito às MPMEs vem expandindo quase no mesmo ritmo que para grandes empresas. O total de crédito concedido para grandes empresas foi de R$1,170 trilhão em abril/24, alta de 5,4% em comparação com abril/23.

A Serasa Experian traz ainda para o “Empreender Brasil”, o Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas. Ao final de abril/24, 6,358 milhões de micro e pequenas empresas estavam inadimplentes no país. Mais importante que o dado em si, é preciso analisar sua trajetória e apesar dos sucessivos recordes históricos recentes, o ritmo de crescimento anual da quantidade absoluta de micro e pequenas empresas em situação de inadimplência está na casa dos 3,4% (abril/24), abaixo da taxa média histórica de crescimento anual (4,7%) para o período de 2016 a 2023. Em termos setoriais, as micro e pequenas empresas do setor de serviços são maioria entre as inadimplentes, 3.458.911 empresas ou 54,4%. 

Ainda em termos de indicadores, o relatório traz os dados da Serasa Experian sobre falências e recuperações judiciais das empresas. No primeiro quadrimestre de 2024, 486 micro e pequenas empresas solicitaram abertura de processos de recuperação judicial. O número é 98,4% maior que a quantidade de pedidos de recuperações judiciais, por MPEs, observado no período de janeiro a abril de 2023. As micro e pequenas empresas registraram o maior crescimento dos pedidos no ano até agora. Entre empresas de médio porte, o crescimento no número de pedidos foi 45,1% e de 45,7% nas grandes empresas em comparação com o primeiro quadrimestre do ano passado.

Já as falências obtiveram uma queda. Nos primeiros quatro meses de 2024, 168 micro e pequenas empresas sofreram pedidos de falências por parte de seus credores. O número foi 11,1% menor que a quantidade de pedidos de falências requerida contra MPEs, observada no primeiro quadrimestre de 2023.

“De modo geral, temos visto uma relativa melhora no cenário desde o segundo semestre do ano passado em linha com a redução gradual da taxa Selic. Vemos avanços no grau de confiança das MPMEs no primeiro trimestre de 2024 em comparação com 2023, a inadimplência vem sofrendo desaceleração, com um crescimento abaixo do ritmo médio histórico, a geração de emprego formal pelas micro e pequenas empresas está maior neste início de 2024 quando comparado com o mesmo período do ano passado e, por fim, as condições de crédito estão saindo do território restritivo às MPEs do passado. A visão é positiva uma vez que os indicadores seguirem essa tendencia”, conclui o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi. 

As MPMEs e o Score PJ

Usado como ferramenta de análise de crédito voltada para pessoas jurídicas, o Score PJ indica a reputação de uma empresa no mercado a partir de comportamentos financeiros. Ou seja, quanto mais alto o score de uma empresa, maiores as chances de ela conseguir crédito, além de melhores condições.

Com base nos dados da Serasa Experian, usando um recorte de 12,8 milhões de empresas, 86,6% delas tem seu score abaixo de 600 pontos.

Na classificação por segmentos da economia, o comércio tem a melhor pontuação: 20,2% das empresas atuantes neste setor têm score superior a 600 pontos. Os serviços vêm na sequência com 17,9%, seguido da indústria, com 14,8%, e por fim, na outra ponta, o setor primário com 10,1%. 

Olhando por UFs, a região Sul concentra o maior número de empresas com melhor Score. O estado de Santa Catarina, onde praticamente 40% delas possuem score superior a 600 pontos, seguido pelo Paraná, com 30,9% e Rio Grande do Sul, com 28,7%.

“Quando falamos do Score da MPMEs é importante ter em mente que uma pontuação baixa não é necessariamente pela empresa ser inadimplente ou má pagadora. Muitas micro e pequenas empresas ainda estão em um processo de construção de histórico financeiro. Somado a isso, a informalização dos negócios e questões de gestão, como a mistura das contas pessoais com as empresariais, impactam na nota. Pagar as contas em dia e dar visibilidade dos hábitos de pagamento da empresa por meio do Cadastro Positivo são caminhos que podem contribuir para aumentar o Score PJ”, salienta o vice-presidente de pequenas e médias empresas da Serasa Experian, Cleber Genero. 

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